O que preciso saber sobre Mãe Iansã
Category : Central de Estudos , Modulo 2
- Mãe Iansã atua nos ventos e em todos os pontos de força da natureza;
- Iansã D’Balé: está junto com pai Obaluaiyê no encaminhamento dos egúns (espíritos de mortos pagãos);
- Orixá aplicadora da lei que atua nos campos da justiça;
- Sincretizada pelos negros na religião católica como Santa Bárbara, protetora dos raios; representada com a palma em uma das mãos que significa seu martírio, o cálice representando o cuidado aos moribundos, a torre, que foi o local foi enclausurada e a espada, símbolo de sua morte;
- Iansã atua em nossas vidas no momento em que estamos perdidos ou nos afastamos do caminho da Lei, do caminho certo;
Pai Rubens Saraceni, em sua doutrina esclarece três orixás femininas diferentes porém que causam muitas dúvidas, Iansã, Egunitá (Oroiná) e Mãe Oyá (Logunam Tempo). As três orixás atuam de maneira semelhante mas, cada uma tem seu campo de atuação:
Características das filhas de Iansã
- Representam o poder feminino (protegem todos os fracos e oprimidos);
- Mulher independente (geralmente leva a casa nas costas);
- Inteligente, ocupa lugares e cargos de liderança tendendo a se destacar sempre;
- O que não consegue pela graça, consegue pela força;
- Generosa e não admite injustiças;
- Alegres, criativas e festeiras;
- Perdoa e esquece o que lhe fizeram facilmente;
- Esquece o que fez para os outros facilmente tendendo assim a errar novamente;
- Difícil racionalizar pois é movida pela paixão, tudo o que quer, quer na hora…quer sempre pôr suas ideias em prática na hora que bem desejar;
- Borboleta e búfalo são os animais que são símbolos de Iansã, borboleta representa a liberdade e búfalo a força.
A Lenda
Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiyê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiyê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiyê entrou, mas ninguém se aproximava dele, nenhuma mulher quis dançar com ele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho, ela compreendia a triste situação de Obaluaiyê e dele se compadecia, esperou que ele estivesse bem no centro do barracão, o xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado, os orixás dançavam alegremente e Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiyê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiyê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.
O povo o aclamou por sua beleza, Obaluaiyê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Iansã então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o eru-exim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo). Iansã tornou-se Iansã d’Balé, a rainha dos espíritos dos mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre a grande paixão de Obaluaiyê.