Exú

É o responsável pelos transportes das oferendas para os orixás.
Por esse motivo, sempre oferendamos Exú em primeiro lugar para que assim, satisfeito, possa fazer o “seu trabalho”, direito.
Esse orixá representa a energia criadora além do vigor da sexualidade. São os senhores dos nossos caminhos, é quem abre e fecha. Nos ajuda a encontrar meios para o nosso progresso, além da segurança, protegendo contra os mais diversos perigos e inimigos.

O que preciso saber sobre Exú:
 

Talvez a associação de Exú com o franciscano Santo Antônio, peregrino, missionário, que caminhava sempre, do século XIII, seja porque tenha sido canonizado no dia da pentecoste. À essa data se associam “línguas de fogo descendo do céu” e fogo, é o elemento de Exú.

Elza Maria Firmino da Silva


O que preciso saber sobre Mãe Iansã

  • Mãe Iansã atua nos ventos e em todos os pontos de força da natureza;
  • Iansã D’Balé: está junto com pai Obaluaiyê no encaminhamento dos egúns (espíritos de mortos pagãos);
  • Orixá aplicadora da lei que atua nos campos da justiça;
  • Sincretizada pelos negros na religião católica como Santa Bárbara, protetora dos raios; representada com a palma em uma das mãos que significa seu martírio, o cálice representando o cuidado aos moribundos, a torre, que foi o local foi enclausurada e a espada, símbolo de sua morte;
  • Iansã atua em nossas vidas no momento em que estamos perdidos ou nos afastamos do caminho da Lei, do caminho certo;

Pai Rubens Saraceni, em sua doutrina esclarece três orixás femininas diferentes porém que causam muitas dúvidas, Iansã, Egunitá (Oroiná) e Mãe Oyá (Logunam Tempo). As três orixás atuam de maneira semelhante mas, cada uma tem seu campo de atuação:

Mãe Egunitá/ Oroiná orixá feminino do fogo Divino, que vem queimar nossos vícios, erros e nos purificar.
Mãe Iansã nos envolve em suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador de nossos sentimentos viciados. Com isso, nos coloca novamente no caminho reto da vida, ou nos lança no tempo.
Mãe Oyá/ Logunã Tempo (Orixá do tempo), que atua na vida de  seus filhos principalmente os que fazem uso da fé de maneira desvirtuada. Paralisa esses filhos nos aspirais do Tempo até que possam caminhar novamente sem errar.

 

Características das filhas de Iansãyansa

  • Representam o poder feminino (protegem todos os fracos e  oprimidos);
  • Mulher independente (geralmente leva a casa nas costas);
  • Inteligente, ocupa lugares e cargos de liderança tendendo a se destacar sempre;
  • O que não consegue pela graça, consegue pela força;
  • Generosa e não admite injustiças;
  • Alegres, criativas e festeiras;
  • Perdoa e esquece o que lhe fizeram facilmente;
  • Esquece o que fez para os outros facilmente tendendo assim a errar novamente;
  • Difícil racionalizar pois é movida pela paixão, tudo o que quer, quer na hora…quer sempre pôr suas ideias em prática na hora que bem desejar;
  • Borboleta e búfalo são os animais que são símbolos de Iansã, borboleta representa a liberdade e búfalo a força.

 

A Lenda omulu e iansa

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiyê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiyê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiyê entrou, mas ninguém se aproximava dele, nenhuma mulher quis dançar com ele.

Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho, ela compreendia a triste situação de Obaluaiyê e dele se compadecia,  esperou que ele estivesse bem no centro do barracão, o xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado, os orixás dançavam alegremente e Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiyê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiyê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.

O povo o aclamou por sua beleza, Obaluaiyê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Iansã então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o eru-exim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo). Iansã tornou-se Iansã d’Balé, a rainha dos espíritos dos mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre a grande paixão de Obaluaiyê.

Marisa Firmino


O que preciso saber sobre mamãe Oxum

Category : Modulo 2

Características do Orixá Oxum:

  • Mamãe Oxum, orixá do trono feminino do amor, da concepção e da agregação, assim como os átomos quando se unem para formar todos as menores partículas da criação divina. Mãe Oxum, orixá que agregador de todas as formas materiais de nosso planeta para que, a partir dessa união, se formem todas as coisas. Nada seria possível no universo se não fosse por Oxum, nenhuma forma de vida ou de atuação. Mãe Oxum agrega novos projetos à nossa vida, agrega novas pessoas, agrega vida nova há quem quer uma vida dentro de si, é só sentir;
  • Nós, seres humanos necessitamos formar imagens mentais em nossa cabeça para canalizar as energias. Desse modo, não é errado sincretizarmos (associarmos) mãe Oxum à Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora Conceição;
  • Mãe generosa, quer que seus filhos aprendam as lições da vida, que tenta ensinar com amor e liberdade. Mãe Oxum aponta o caminho certo que seu filho (a) deverá seguir, porém sempre vai respeitar seu livre arbítrio;
  • Essa divindade de Deus rege todas as linhas de incorporação, portanto existem Caboclos/Caboclas de Oxum, Baianos/Baianas de Oxum, Pomba giras de Oxum, Exús de Oxum…
  • O Trono de Oxum na Umbanda é cor de rosa, mas como essa mãe vibra no arco-íris sagrado então também pode vibrar nas cores azul claro, dourado, prata, lilás…
  • As quartinhas de Oxum (vasilha de louça branca) devem ficar em seu altar sempre com água mineral, misturada com água da cachoeira mais as pedras quartzo rosa, pirita ou mica rosa para que sirva como um filtro do médium. Nós médiuns agregamos muitas energias em nosso cotidiano ou durante os trabalhos espirituais. Água é vida, água purifica e limpa nosso campo espiritual energético quando “carregado”. É importante saber que a quartinha é individual e cada pessoa deve ter a sua e somente seu dono é quem deve fazer sua “limpeza semanal”. A água deve ser trocada toda semana renovando assim as energias.

Características das filhas de Oxum:

  • As mais conhecidas Yalorixás da Umbanda e do Candomblé são filhas de Oxum. São muito intuitivas, conhecem as pessoas em seu íntimo e logo de cara já simpatiza ou não com a pessoa que acaba de conhecer, justamente por conhecer sua natureza.
  • As filhas de Oxum são vaidosas, gostam de estar bem vestidas, bem arrumadas, perfumadas e algumas vezes acabam se endividando por conta desse extremo valor que dá à aparência, não só de si mesma, mas ao comprar itens para sua casa também;
  • São determinadas e quando cismam com algum objetivo querem no mesmo momento e lutam para atingi-lo, às vezes passando por cima de pessoas ou hierarquias.
  • Geralmente são muito amorosas e apreciam cuidar das pessoas, porém essa pode ser uma porta aberta para fofocas, burburinhos e situações que vão colocá-las em “mal lençóis”.

Lenda de Oxum

Conta a lenda que Oxum, filha de Oxalá sempre foi muito curiosa. Queria porque queria saber o segredo da leitura dos búzios, queria conseguir ler o destino de cada pessoa. Oxalá sempre tentava despistar sua filha dizendo que deixasse isso para Exú, o detentor dos búzios de Ifá mas Oxum, não desistia. Decidida, foi procurar Exú. Começou a incomodá-lo com várias perguntas sobre o oráculo do tempo ao que Exú sempre se esgueirava para não responder. Todos os dias era a mesma coisa, Oxum atormentando Exú para que lhe contasse seus segredos sobre Ifá e nada, ele resistia.

Foi então que um dia, Oxum embrenhou-se na floresta procurando pelas três feiticeiras que não simpatizavam muito com Exú. Elas ensinaram Oxum como ludibriar Exú para descobrir o que tanto queria saber e lhe deram um pó urticante.

Oxum voltou para os domínios de Exú e começou a questioná-lo como sempre fazia. Exú, tentando fugir às suas indagações nem percebeu quando Oxum esbarrou propositalmente e derrubou os búzios no chão. Exú ficou furioso e rapidamente Oxum soprou o pó urticante em seus olhos que arderam infinitamente. Oxum, ardilosa, ofereceu-se para recolher os búzios do chão e, a cada um que pegava perguntava à Exú porque aquele búzio era tão pontudo, ou colorido, ou reluzente, ou pequeno? Exú, sem se dar conta, foi explicando o significado de cada búzio para Oxum revelando assim todos os seus mistérios sobre Ifá, o senhor do tempo.

Surpreso ficou Oxalá quando Oxum chegou contando que Exú havia aberto seus mais valiosos segredos para ela, de bom grado.

Assim é Oxum, não descansa enquanto não consegue o que quer!

 

Quem é Oxum Opará/Apará?

Em algumas das lendas da criação, sabemos que Ogum, senhor das conquistas e guerras ficou sabendo que em um povoado na Nigéria vivia a moça mais bela do reino, decidiu então conquistar esse povoado mas, antes de partir, foi avisado por Ifá, o senhor do destino que se preparasse bem pois encontraria muita dificuldade nessa batalha e lá, ficaria seu coração. Ogum que era excelente e o mais corajoso dos guerreiros não se atentou à esse fato e partiu. Chegando ao vilarejo a batalha pelo espaço começou, muitos foram mortos e Ogum com seus cavaleiros lutaram incansavelmente porém Ogum estava ficando preocupado pois perdera muitos soldados.  Ficou curioso por saber quem estaria comandando aquele exército. A batalha continuou e após muito trabalho o exército de Ogum venceu. Imensa foi sua surpresa quando descobriu que quem liderava aquele exército era uma mulher, negra como o ébano, linda e forte: Opará. Ogum desposou-a e nunca mais saiu para nenhuma batalha sem levar sua guerreira junto. Há quem diga que junto de Ogum sempre há uma grande Opará guerreira.

Em sua mão carrega o espelho Ikú que tem a capacidade de mostrar o lado oculto de todas as coisas e na outra, carrega a espada de Iansã.

Marisa Firmino


Explanação sobre Mãe Nanã e a doutrina

A Orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres, que, se emocionados, sofrem sua atuação, aquietando-se e chegando até a ter suas evoluções paralisadas. Ela age decantando-os de seus vícios e desequilíbrios mentais e preparando-os para uma nova vida, mais equilibrada. De todos os Orixás, Nanã é quem tem um dos mistérios mais fechados, pois seu lado negativo é habitado por entidades com um poder enorme e como Orixá, é fechada às pesquisas de sua força ativa. Ela desfaz os excessos e decanta, ou enterra os vícios. Ela é a maleabilidade e a decantação, pois é uma Orixá água-terra. É cósmica, dual e atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e o emocional desequilibrado. Ela desparalisa o ser, decanta-o de todo negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para a atuação de Obaluayiê, que o colocará numa nova senda evolutiva. Ela é a divindade ou o mistério de Deus que atua sobre todos os espíritos que vão reencarnar, pois decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos e os adormece, para que Obaluayiê reduza-os ao tamanho de feto no útero da mãe que os reconduzirá à luz da carne.
Mãe Nanã envolve o espírito que irá reencarnar, em uma irradiação que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. Por isso, ela é associada à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas da sua vida carnal. Ela atua na memória dos seres, adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram com o destino traçado para a encarnação.
Como Orixá, sua manifestação é através de movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma energia e magnetismo muito forte. Nanã é uma guardiã que tem seu ponto de força natural, nos lagos, mangues, rios caudalosos e nos deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma tranquilidade que não é encontrada nos outros pontos de força da natureza.
No lado místico, Nanã é a divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo astral. Nessa porta de passagem, Nanã, atua sobre nosso carma, conduzindo esta situação com calma, para que o espírito não tome conhecimento da sua transição de um plano vibratório a outro. Nanã é também guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que se acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústia, dor ou ódio.
Nanã Buruquê é dual porque manifesta duas qualidades ao mesmo tempo. Uma vai dando maleabilidade, desfazendo o que está paralisado ou retificado, a outra vai decantando tudo e todos os seus vícios, desequilíbrios e negativismos. Ela desfaz os excessos e decanta ou enterra os vícios. Nanã Buruquê forma com Obaluayiê um par natural; são os Orixás responsáveis pela evolução dos seres. Se Obaluayiê é estabilidade e evolução, Nanã é a maleabilidade e a decantação que polarizada com ele e, ambos, dão origem à irradiação da Evolução. Ela atua também na linha da vida, que no início tem Oxum, estimulando a sexualidade feminina, no meio tem Iemanjá, estimulando a maternidade e no fim tem Nanã, paralisando a sexualidade e a geração de filhos, quando se instala a menopausa.
Nanã, é um dos Orixás mais respeitados no ritual de Umbanda, por se mostrar como uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas imperfeições como espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz. Os santuários naturais, pontos de força regidos por nossa mãe Nanã Buruquê (os lagos), têm seu próprio campo magnético absorvente poderosíssimo, que varia de sete a setenta e sete metros, a partir das margens. Ali reina a calma absoluta, característica que é própria de Nanã, que se movimenta lenta e cadenciadamente, porque traz em si uma energia e um magnetismo muito fortes.
Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação e atua por atração magnética sobre os seres com evolução paralisada e emocional desequilibrado. Essa calma absorvente exige silêncio e descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas, que se modificam, passando a agir com mais ponderação e equilíbrio. Ela desfaz os excessos, decanta o negativismo e os vícios e os afixa no seu barro.
Nanã, quando vibra à esquerda, no seu lado negativo, é a guardiã do ponto de força das águas estagnadas. A ação negativa das águas paradas pode tirar o equilíbrio de uma pessoa, de uma só vez, provocando desequilíbrio e doenças espirituais, ao atuarem através dos líquidos do corpo humano. O seu ponto de força, quando orientado para nos auxiliar, é absorvente, mas, quando voltado contra nós, é destrutivo, desarmonizador e desequilibrador. Nanã é também a guardiã dos deltas e estuários, locais em que os rios são absorvidos pelo mar. Ela é a Guardiã do ponto de força da Natureza que absorve as irradiações negativas, tanto as que são trazidas pelas correntes magnéticas ao redor da litosfera, quanto as forças negativas criadas pelas mentes humanas. Esses pontos são como pára-raios, que descarregam todas as irradiações captadas.

(Manual Doutrinário, Ritualístico e comportamental umbandista, Lurdes de Campos Vieira e Rubens Saraceni, Ed. Madras)

Para saber mais

Orixá: Nanã Buruquê
Elemento: Água / Terra
Sentido divino: Evolução
Fatores principais: Decantador, transmutador
Atribuição: Transformar os seres paralisados em sua evolução através da decantação dos sentidos negativados.
Ervas: cipó suma, pinhão roxo, chorão, peregun roxo, Alfavaca, Alfazema, Assa Peixe, Bardana Folhas, Camomila Flor, Cana do Brejo, Capim Rosário, Confrei, Erva de Sta Maria – Mentruz, Hibisco Flor, Mulungu Casca / Raiz, Noz Moscada, Sete Sangrias, Trapoeraba
Flores: campânula, trapoeraba, violeta, manacá da serra, hibisco
Frutas e alimentos: Figo roxo, melão, mamão, arroz.
Cor da vela: Lilás


Orixá Ogum – Teologia da Umbanda

Ogum

Pai Ogum Maior é sinônimo da Lei Maior, ordenação divina e retidão porque é gerado na qualidade eólica, ordenadora, do Divino Criador. Orixá da
guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.

Depois de Exú, Ogum é quem está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idá.

Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, faca, enxada, ferradura, lança, martelo, bigorna, pá…Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores…

Ogum é chamado de “Senhor das Demandas”: é o guardião do ponto de força que mantém o equilíbrio entre o que está no alto e o que está embaixo, o positivo e o negativo, a luz e as trevas, a paz e as discórdias. Tudo no mundo gira em torno de equilíbrio entre luz e trevas, positivo e negativo…

Se uma pessoa assume uma forma contemplativa de vida, está se colocando como mero observador do desenrolar do dia a dia da humanidade. Como não é possível, e nem recomendável, assumir tal postura o melhor a fazer é procurar Ogum como nosso guia de viagem na senda de luz. Ele sempre nos avisará quando sairmos da linha de equilíbrio entre luz e trevas.

Ogum é o senhor dos caminhos, das direções: os caminhos são os pontos de força, os santuários naturais de pai Ogum. Por caminhos devemos entender as vias evolutivas, a evolução dos espíritos. Pai Ogum é o vigilante do caminho daqueles que empreenderam sua caminhada pela senda de luz, mas vigia tanto os caminhos para cima como para baixo. Ele é como um escudo protetor e luta para não deixar cair quem Ele está protegendo. Se procurarmos Ogum como nosso guia de viagem na senda de luz, Ele sempre nos avisará quando sairmos da linha de equilíbrio que divide luz e trevas. Quando auxiliamos, temos Ogum atrás para nos guardar, porém, quando odiamos, temos ogum a nossa frente para nos bloquear.

Ogum também é um executor do carma: pai Ogum vigia a execução dos carmas e as tem sob seu comando tanto na luz quanto nas trevas. Como guardião do ponto de força do equilíbrio, comanda as entidades atuantes no nosso plano como agente cármico, ou seja, os Exús de Lei na Umbanda.

Ogum é o guardião do ponto de força da lei: nessa função, Ogum abrange a tudo e todos que fizerem envolvendo magia ou ocultismo que, será anotado por ele, para posterior julgamento junto ao senhor da lei, Deus.

Ogum é um aplicado rigoroso da lei maior: basta sairmos do caminho reto para sermos tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes. Essas irradiações são simbolizadas por suas “sete lanças”; as cortantes são simbolizadas pelas “sete espadas” e sua proteção na lei é simbolizada pelos seus “sete escudos”.

Quando a lei quer recompensar, é Ogum quem dá mas, quando quer cobrar, é seu lado negativo quem executa. Quando caminhamos junto à luz, Ogum está a nossa direita; quando rumamos para as trevas, ele apenas inverte sua posição, mas não o lado. Portanto, ele estará a nossa esquerda, anotando sentimentos e atitudes condenáveis.

 (Rubens Saraceni)

Para saber mais:

Orixá:Ogum
Elemento: Ar
Sentido divino:Lei, ordem
Fatores principais:Ordenador
Atribuição:Irradiar a todos os sentidos da ordem e dos procedimentos
Pólo magnético: Masculino
Ervas: Espada de São Jorge, dandá, espinheira santa, eucalipto, abre caminho, anis estrelado…
Flores:Palmas de todas as cores, cravos de todas as cores…
Frutas e alimentos:Cará, milho, goiaba vermelha, pitanga, acerola, gengibre…
Cor da vela:Vermelha/azul escura

Oração à pai Ogum/São Jorge
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem,tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.

Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

Amém!

Evocação: pai Ogum

“Amado Pai Ogum, nós o evocamos e pedimos bênçãos e proteção, que vossa espada corte todos os males que por venturas estiverem em nossas vidas, todos os trabalhos de magia negra, doenças físicas, cordões energéticos, eguns, quiumbas e portais negativos abertos. Pedimos também que corte a inveja, ódios ocultos e nos direcione para a evolução, equilibrando nossas mentes, trazendo saúde e abrindo nossos caminhos para a prosperidade material e espiritual.

Divino Guerreiro, pedimos vossa proteção para nossos corpos físicos e espirituais, para que nossos inimigos nos olhem, mas não nos vejam.

Rogamos que vossa armadura de aço, vossa espada e vossa lança, nos livre dos perigos da Terra e do Astral.

Que vós, Pai misericordioso, seja sempre nosso guia, que nos impulsiona pelos caminhos da Lei, da Honestidade, da Fé, do Trabalho e da verdade.

Pai Ogum, assim como conduzes milhares de espíritos na ordem, pedimos que conduza também a nós. Rogamos a vós que retire as trevas de nossos caminhos, as deficiências de nossas personalidades e de nossas almas. Pedimos ajuda para que enxerguemos nossos defeitos, para que consigamos uma reforma interna e nos tornemos dignos diante do Pai Eterno.

Ajude-nos, Pai Ogum, a reconhecermos nossos erros e dê-nos força para repará-los. Pedimos que os espíritos necessitados que estão em busca de um caminho, que sejam direcionados conforme a Lei e Justiça Divina.

Que vossas falanges luminosas sempre nos protejam e nos auxiliem em nossas aflições.

Que assim seja!

Amém!”

(Manual Doutrinário, ritualístico e Comportamental Umbandista)