Um dia atípico

Um dia atípico

Praia5Mesmo com pouco tempo de Umbanda, algumas situações tornaram-se rotina quando nos aproximamos de alguma gira: banhos com erva, firmar as velas, procurar conhecer mais sobre a linha de trabalho que realizaremos naquela semana, atenção na alimentação, em vícios cotidianos e principalmente manter o coração em paz.
Contudo, essa semana foi uma semana diferente. Ela antecedia um dos trabalhos que sempre sonhei: na praia. Como era minha primeira vez, sempre imaginei mil coisas, me baseando em tudo o que meus companheiros diziam. Uns choravam, outros sorriam, outros realizam seus pedidos, agradeciam e eu, em meio a tudo isso, procurava achar a melhor maneira de me portar.
Preparei-me com três dias de antecedência. Agi como em um preceito, me preparando energeticamente e espiritualmente para aquele tão sonhado momento.

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A umbanda é uma força mágica, Forte, Inteira e Divina.

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arvores-escala-luzConheci a Umbanda há aproximadamente quatro anos. Lembro do caminho da minha casa até o terreiro. Em minhas buscas pessoais, lá estava eu, naquele caminho. Literal, no trem, descendo para a estação e caminhando pela rua íngrime. Passo por passo. Simbólico, algo que me guiava, meus guias, suas mãos nas minhas. Passo por passo. E quando entrei naquela casa, humilde, pequena, todos em fila esperando suas senhas, alguns de branco fazendo suas rezas. Era gira de Caboclo.

O momento antes de entrar, é presente na minha lembrança. E do jeito que entrei, não mais sai.

Dali, minha vida já começava a mudar. A espiritualidade se fazendo cada vez mais presente. A cor das guias passou a me encantar, o banho de ervas a me acalmar, o cheiro da arruda, me guiar e o axé a me fazer voltar-se mais para dentro de mim. E ao mesmo tempo, estabelecendo a conexão sagrada com o todo: pois cada pedacinho de mundo tornou-se Deus. 

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E dessa vez foi tudo diferente

yansa…E dessa vez foi tudo diferente, o firmar da vela, a preparação para os três dias de preceito, mal sabia que esteira e cheiro de defumação não seriam absolutamente nada perto da presença da divindade que começa a agir.
Diferente das outras obrigações, não menos importantes é claro, mas essa trouxe intensidade e a confusão interna se instalou.
Tudo veio à tona de uma só vez, os sentimentos mais profundos, guardados a 7 chaves estavam dando sinal de que precisavam sair, e aí foi explosão de sentimentos e pensamentos, irritação, tristeza… era ela aqui dentro movimentando tudo com seu temporal, e seu aguaceiro literalmente inundou tudo. Era tanto, que transbordou, era tanto que fez chorar ao deitar e ao levantar.
O atabaque soou diferente e o arrepio logo apareceu, a voz embargou, o corpo tremeu, a lagrima rolou e ela veio pegar seu filho no colo.
Pode vir mãe, traga a transformação, que sua ventania arranque a casca que cobre seu filho e não o deixa andar, que sua adaga brilhante e certeira corte o que for velho e paralisador fazendo renascer uma nova forma toda lapidada e pronta para rodar em novos ventos.
Hoje o sentimento é de gratidão… á espiritualidade, a Umbanda que permite toda essa conexão, ao Pena Preta e todas as pessoas que estão comigo nessa caminhada! Como dizem (e não é qualquer um): Umbanda é para os fortes!

Eparrey minha mãe.

Aline Rossi


Oxalá – a fé e luz que equilibram a humanidade

Falar de Oxalá é falar de algo que é para ser sentido e não tocado. Oxalá não tem um ponto de força específico na natureza. Ele é a luz que equilibra a todos nós! Não é possível dizer o que é Oxalá como força divina atuante no globo terrestre.

Ele atua no ritual da Umbanda como o maior dos orixás. Seu poder não tem lugar para se manifestar. Todos os lugares são seus. Seus poderes não tem limites e, por ser assim tão poderoso, é invocado para equilibrar manifestações ou devolver o equilíbrio tanto do espírito como do corpo.
A ele importa o que pensamos e fazemos. Ao final, todos teremos que prestar contas dos nossos atos à lei e Oxalá é a própria lei em execução.

As entidades que trabalham na linha da fé do ritual da Umbanda são todas comandadas por Oxalá. As Sete Encruzilhadas e os Sete Caminhos pertencem a Ele, vamos sempre estar em Seu caminho. Os trabalhos realizados sob as ordens de Oxalá são sempre doutrinadores, as entidades que trabalham sob seu símbolo, a estrela de cinco pontas, são milenares. São todos grandes iniciados nos Mistérios Maiores, por isso muito discretos quando atuando no dom mediúnico de incorporação oracular.

Podemos dizer que Oxalá é Luz, vida e Fé! Sua força e Seu poder se mostram quando somos movidos pela fé. Por isso Ele é o chefe da linha branca e esta é a sua cor. Branco porque não recebe influência de nenhuma outra linha de força e atua de uma forma imperceptível em todas as linhas. Branca também é a cor das vestes dos médiuns da Umbanda. Branca é a pemba, que é usada para riscar os pontos de concentração de forças dos guias espirituais ou de expulsão de forças negativas que possam estar perturbando os ambientes. Tudo isso é Oxalá! Como força cristalina ou do tempo, atua através do Ar, um dos elementos fundamentais. O ar alimenta o fogo, pois sem ele não é possível a uma chama permanecer acesa; sem o ar a água se torna putrefata e não pode ser usada como doadora de vida. Por tudo isso dizemos que o ar quanto mais puro, mais saudável. O mesmo podemos dizer de pai Oxalá: quanto mais puro estivermos, mais próximos estaremos D’Ele. Simplicidade é sua qualidade maior.

A fé é o atributo mais apreciado por Ele. A humildade é aquilo que mais exige de nós. A bondade é a melhor forma de nos apresentarmos.
Simplicidade, pureza, humildade e bondade são suas essências. Quem quiser descobrir como é o orixá Oxalá, que comece adquirir esses seus quatro atributos principais.

Salve nosso pai Oxalá

Oxalá Yê meu Pai / Exê Babá! (O Senhor realiza / Obrigado Pai)

(Umbanda Sagrada – Religião, Ciência, magia e Mistérios- Rubens Saraceni – Madras)


Explanação sobre Logunan tempo (Oiá)

É a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso.

O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.

“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.

Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vida entra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia.

Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas.

Rubens Saraceni