Um dia atípico

Um dia atípico

Praia5Mesmo com pouco tempo de Umbanda, algumas situações tornaram-se rotina quando nos aproximamos de alguma gira: banhos com erva, firmar as velas, procurar conhecer mais sobre a linha de trabalho que realizaremos naquela semana, atenção na alimentação, em vícios cotidianos e principalmente manter o coração em paz.
Contudo, essa semana foi uma semana diferente. Ela antecedia um dos trabalhos que sempre sonhei: na praia. Como era minha primeira vez, sempre imaginei mil coisas, me baseando em tudo o que meus companheiros diziam. Uns choravam, outros sorriam, outros realizam seus pedidos, agradeciam e eu, em meio a tudo isso, procurava achar a melhor maneira de me portar.
Preparei-me com três dias de antecedência. Agi como em um preceito, me preparando energeticamente e espiritualmente para aquele tão sonhado momento.
Então chegara o grande dia, estava nervoso, ansioso, com medo fazer algo errado. Fiz uma alimentação leve, preparei os meus lanches, uma garrafa de água, pois sabia que seria uma longa jornada. Já em um segundo momento, acendi minhas velas, tomei meu banho com ervas, vesti minha armadura branca, separei minhas guias e orei bastante para que eu, meus amigos e aquele mundaréu de pessoas estivéssemos protegidos do inicio ao fim dos trabalhos.
No caminho, meus amigos, mais experientes, tentaram me descontrair, mas eu estava ali, pensativo, concentrado e imaginando como seria aquela gira de Iemanjá.
Ao chegar ao local, foi inacreditável. A energia era notável, contagiante. Pessoas desconhecidas estavam ali, junto dos meus irmãos de fé, lado a lado, ajudando-nos e sendo ajudadas, firmando e mantendo aquela corrente na palma da mão, cantando os pontos com afinco e o resultado não poderia ser diferente, foi mágico. Fechei meus olhos, abri meu coração, cantei, me entreguei, trabalhei e ao final dos trabalhos mal conseguia falar, o cansaço era tremendo. Fiz questão de abraçar um por um do nosso espaço, um abraço de agradecimento, de paz, de amor, e aproveitando o resto de energia que me restava fui ao mar, olhei aquela imensidão de água, molhei os pés e agradeci por aquele momento que nunca me esquecerei.

Odoyá Iemanjá!


1 Comment

jahne nadal arrojo

19/12/2016 at 11:21 am

Lindo texto Daniel. Parabéns. Continue firme em seu propósito. Estamos juntos nessa grande caminhada. Bj