A umbanda é uma força mágica, Forte, Inteira e Divina.
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Conheci a Umbanda há aproximadamente quatro anos. Lembro do caminho da minha casa até o terreiro. Em minhas buscas pessoais, lá estava eu, naquele caminho. Literal, no trem, descendo para a estação e caminhando pela rua íngrime. Passo por passo. Simbólico, algo que me guiava, meus guias, suas mãos nas minhas. Passo por passo. E quando entrei naquela casa, humilde, pequena, todos em fila esperando suas senhas, alguns de branco fazendo suas rezas. Era gira de Caboclo.
O momento antes de entrar, é presente na minha lembrança. E do jeito que entrei, não mais sai.
Dali, minha vida já começava a mudar. A espiritualidade se fazendo cada vez mais presente. A cor das guias passou a me encantar, o banho de ervas a me acalmar, o cheiro da arruda, me guiar e o axé a me fazer voltar-se mais para dentro de mim. E ao mesmo tempo, estabelecendo a conexão sagrada com o todo: pois cada pedacinho de mundo tornou-se Deus.
No primeiro dia do ano, fui a festa da Casa Pena Preta. Levei uma sacola com frutas, escolhi elas com cuidado, mas me limitei a pegar somente um cachinho de uva, querendo mais me doar do que receber. Ofertar um pouquinho de mim àquele mistério que já havia me dado tanto. Comi as uvas, uma por uma, entregando o ano que se iniciaria ao pai Oxalá.
2016 foi – e tem sido – um dos anos em que mais cresci, amadureci, me tornei consciente. Nem sempre é fácil e nem sempre as coisas saem da forma com que plenejamos, mas aprendi que continuar entregando e, acima de tudo, confiando, é uma arte. Ter a certeza e ouvir o coração, lá no fundo, dizendo que está tudo bem, é uma dádiva.
Quando piso descalça no chão e me visto de branco, cobrindo a cabeça, sei que tudo está como deveria estar. O amor verdadeiro e a caridade são as maiores forças dessa terra e na Umbanda, me encontrei.
Bem, dizem que a Umbanda quem te escolhe e se fui escolhida, também escolho honrar com respeito e gratidão.
Dizem que: “caminhante, não há caminho, se faz caminho ao caminhar”. E se é como se apresenta, e se assim é, quero continuar passo a passo nesse trilhar abençoado.
E dizem também que a melhor religião é aquela que te faz uma pessoa melhor (essa é minha mãe quem diz… e palavra de mãe, como sempre é, não se discute muito!). A Umbanda me faz forte as minhas raízes, a minha essência, a querer sempre me perceber, em cada uma das pequenas escolhas do dia-a-dia. A Umbanda me ensina que se posso fazer uma escolha amorosa, farei. Se posso fazer uma escolha mais carinhosa, farei. De mais doação, humildade. Sabendo que semelhante e eu, somos um.
É a espiritualidade que me firma, que me aterra. Me aterra elevando meu espírito. Que me dá forças e onde é direcionada toda minha gratidão. Meu coração é do congá.
Por todas as nossas relações,
que a sagrada Umbanda continue sendo mágica. E quem perpetuará esse caminho, somos nós. Os que escolhem e são escolhidos. Os que vêem em seu caminho esse bonito caminhar.
Salve a Umbanda
Mariana Assunção
4 Comments
Aline Rossi
01/12/2016 at 9:53 am“A Umbanda é linda, tão linda é. Quando seus filhos são filhos de fé…”
Parabéns Mari!!!
Stela Sanches
01/12/2016 at 11:32 amQue lindo Mari! Me arrepiou inteira e me identifiquei muito! parabéns
Jahne Nadal Arrojo
01/12/2016 at 12:03 pmQue lindo Mari, me emocionei. Parabéns continue firme. As rosas são lindas e perfumadas, mas tem espinhos, se conseguirmos tirar os espinhos não nos machuca não é, e assim é a vida.
Daniel
01/12/2016 at 12:19 pmLindas palavras Mari. Que o desejo pelo aprendizado, pelo desenvolver, pelo ensinar se torne rotina em sua vida, que o arrepio ao ouvir os pontos, o atabaque, nunca cesse.. axé irmã!