Ao me reconhecer como Umbandista

Ao me reconhecer como Umbandista

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Ao me reconhecer como Umbandista, compreendi que somos uma partícula do todo, da energia criadora do Universo. Que a natureza está em nós e por isso devemos o respeito a ela.
Que nos tornamos eternos quando estamos em comunhão com esta energia. Que ela se materializa na força vibracional dos Orixás, que são desdobramentos desta energia.
Somos como a terra, a água, o fogo e o ar, e nos alimentamos do que eles nos dão.
Extraímos suas energias e essas energias se derramam sobre nossas cabeças novamente, num processo de troca, sempre contínuo, que sempre se renova todo o tempo…
A Umbanda nos ensina que a sabedoria vem das gerações, vem da ancestralidade.
Como disse o poeta:
“Somos verso e reverso Somos partícula do universo Somos prazer, também somos dor Somos causa e também efeito Somos tortos e direitos.”
A Umbanda nos motiva, nos impulsiona na busca pela melhora individual.
Sermos melhores hoje do que éramos ontem e melhores amanhã do que somos hoje porém, sem culpas ou pecados.
A Umbanda nos traz a reflexão e a busca pela compreensão de que o outro também faz parte de nós. Que somos todos fragmentos da mesma origem, o que nos torna um só.
Que a CARIDADE é verdadeiramente o ÚNICO caminho a seguir.
Somos como as estrelas, nascemos e morremos todos os dias.
A Umbanda nos ensina que Olorum quando criou o ser humano, colocou os olhos e os pés voltados para a mesma direção, com a cabeça no limite para que possamos olhar para os lados e avaliar o melhor caminho a seguir.
Nos pés está o nosso destino, e na cabeça, a bússola que nos dá a direção certa, o melhor plano, sempre lembrando que, o passado é uma lição de vida que, pode ou não ser aprendida, cada vez que o presente acaba de riscar no chão uma frase, ela deixa de ser presente e volta ao passado, então, temos que aprender que o tempo onde podemos operar é unicamente o tempo do agora, o resto, o passado e o futuro, são escravos do tempo, já que só ele pode se encarregar de resolver suas questões.
Na Umbanda, viver é aprender, aprender é ensinar e ensinar é RE- aprender.
Nosso Ori, traz a sabedoria dos ancestrais, e nossos guias nos ajudam nesta caminhada.
A força está dentro de nós e não fora.
Nosso tempo é HOJE !!!
A fé é uma evidência da vida e não se impõe a ninguém.
Eu sou FELIZ e grato por me reconhecer Umbandista.

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O altar do nosso Terreiro e seus fundamentos

Qual a função do altar em um Centro de Umbanda?

O altar do nosso terreiro de Umbanda é um ponto de força que atrai as energias do “Altíssimo” e se condensa de cima para baixo, as pessoas que ali estão recebem essa energia expansora e purificadora. Segundo mãe Elza, dirigente da casa: “Quando estou ajoelhada em frente ao altar, faço as evocações pedindo a pai Oxalá que envie Suas energias e forças e, que cada um possa ser beneficiado de acordo com seu merecimento.

De acordo com Luciano Rizzo, médium de Umbanda há mais de quinze anos e estudante de sacerdócio, “o altar é um ponto de força sustentador dos trabalhos do terreiro, um ponto ativo, nunca adormecido”.

<foto do Altar>

Como está organizado o altar da Tenda de Umbanda Pai Oxalá e Caboclo Pena Preta?

No ponto mais alto, a imagem de Jesus Cristo, sincretizado na Umbanda com Oxalá juntamente com o Pombinho Branco, representando o Divino Espirito Santo.

<foto do pai oxalá>

Na prateleira do meio, as imagens dos orixás sincretizados com os santos católicos e orixás africanos.

<foto dos orixas>

Logo abaixo as imagens dos guias espirituais: Preto Velho, Criança…

<foto do 3 prateleira>

o chão, temos o ponto de força de Pai Xangô na pedreira. No meio, o portal gerador de mãe Iemanjá e Marinheiros com conchas, água do mar e areia. Ao lado dos atabaques, o ponto de força de Mamãe Oxum na fonte, abastecido sempre com água de cachoeira e, como está em constante movimento, esta água é magnetizada. “A cada trabalho, quando faço a evocação nesse portal de mãe Oxum, peço que o movimento das águas possa irradiar amor a todos os sacerdotes, médiuns e consulentes da nossa casa”, diz mãe Elza.

<fotos dos portais do chão>

Existe um ponto de força de Pai Ogum em nossa casa?

Na porta do terreiro, encontramos um vaso com espadas de São Jorge, a firmeza de Pai Ogum Beira Mar (Ogum de trabalho da dirigente da casa). Esse portal é sempre ativado usando copo com água do mar e vela vermelha. A evocação é feita pedindo a pai Ogum que cuide da nossa porta e, que só permita a entrada de encarnados e desencarnados que estejam afinizados com sua evolução e renovação.

<fotos vaso de Ogum>

E o altar dos Ciganos?

No corredor, junto à assistência, temos o altar de Santa Sara Kali e o povo Cigano. Fazendo uma analogia às viagens e peregrinação desse povo que dizem que seu altar é o tempo e o céu.

<Altar do ciganos>

O que significa “Cruzeiro das Almas”?

No Cruzeiro das Santas Almas fazemos as evocações pedindo a pai Obaluayiê e Omolu o encaminhamento dos irmãos desencarnados. Evocamos às Santas Almas Benditas que possam levar luz e esclarecimentos para aqueles que estão perdidos na escuridão. Imaginem quantos irmãozinhos desencarnam sem saberem que morreram? Sem se darem conta que a vida continua após o desencarne, que quem morre é o corpo, o espírito é eterno?

Nesse portal também podemos pedir pela saúde dos enfermos e acamados ou agradecer aos Pretos Velhos pela ajuda recebida.

<foto do cruzeiro das almas>

Sou médium de Umbanda, posso ter um altar em minha casa?

Claro! Lembrando que esse altar será o ponto de força da sua casa, podendo ser compartilhado por diferentes pessoas da mesma família. Nesse altar poderá estar acesa a vela do Anjo de Guarda, orixás ou guias espirituais.

O lugar onde ficará o altar deve ser apropriado, NUNCA dentro do banheiro por ser um local onde se eliminam e descarregam negatividades do corpo.

Segundo mãe Elza, o médium deve organizar seu altar de acordo com seu espaço disponível. Os itens utilizados também variam de acordo com o gosto de cada um: muitas vezes usam-se poucas imagens que podem ser substituídas por otás (pedras específicas dos orixás), flor, vela ou quartinha com elemento do orixá. O altar da casa do médium não necessita ser igual ao altar do terreiro, em tamanho ou quantidade de elementos. A quantidade de elementos não significa que seja um altar mais forte ou mais fraco, disso depende a fé de cada um. Como o altar é um ponto de força, deve ser respeitado, limpo e organizado.

Muito cuidado ao acender velas em prateleiras de madeira, em caso da vela explodir pode pegar fogo. Use sempre o copo de vidro para proteger a vela caso bata um vento ela não caia no chão, causando um incêndio. O fogo queima!

Atenção também com a distância do altar ao teto para que não fique preto devido a chama da vela.

Meu orixá mora dentro da imagem no meu altar?

NÃO! Vale lembrar que as imagens são símbolos representativos dos orixás e guias espirituais. Elas estão no altar para facilitar nossa concentração, ou seja, dar forma aos nossos pedidos, pensamentos e firmamentos já que como seres humanos a concentração ainda é uma dificuldade para nós.

As imagens ou elementos dispostos no altar devem ser cruzadas (pelos guias espirituais no terreiro) e respeitadas mas nunca idolatradas.

Elza Maria Firmino da Silva

 


Saudando guias e orixás na Umbanda

ORIXÁS
Oxalá – Oxalá Yê meu Pai / Exê Babá! (O Senhor realiza / Obrigado Pai)
Oiá – Olha o tempo, minha mãe!
Oxum – Ora Yê iê, ô! (Olhe por nós, mãezinha!)
Oxumaré – Arroboboio! (Senhor das águas supremas)
Oxossi – Oke Arô! (Dê seu brado, majestade!)
Obá – Akirô Oba Yê! (Eu saúdo o seu conhecimento, senhora da Terra!)
Xangô – Kaô Kabecilê! (Permita-me vê-lo, majestade!)
Egunitá – Kali Yê, minha mãe! (Salve a Senhora negra, minha mãe!)
Ogum – Ogum Yê, meu pai! (Salve o senhor da guerra!)
Iansã – Eparrei, Iansã! (Salve o raio, Iansã!)
Obaluaiê – Atotô, meu pai! (Peço quietude, meu pai!)
Nana Buruquê – Saluba Nanã! (Salve a mãe das águas pantaneiras!)
Iemanjá – Adoci-Yaba / Odoiá, minha mãe! (Salve a senhora da água!)
Omolu – Atotô, meu pai / Omolu Yê! (Peço quietude, meu pai! Salve o senhor Omolu!)

GUIAS
Exu – Laroyê Exu / Exu Omojubá! (olhe por mim, Exu/Vós sois grande, Exu, ou Eu me curvo a ti, vós sois poderoso, Exu!)
Pombagira – Salve a senhora Pombagira! Pombagira saravá! (Salve a senhora Pombagira!)
Exu Mirim – Laroyê, Exu Mirim! (Olhe por mim, Exu Mirim!)
Pretos Velhos – Adorei as almas!
Caboclos – Okê Caboclos! (Dê seu brado, Caboclo!)
Crianças – Oni Beijada! (Salve os irmãos do altar!)
Baianos – É da Bahia / Salve a Bahia, meu Pai!
Marinheiros – Salve a marujada / Salve o povo do mar!
Boiadeiros – Jetuá, Boiadeiros /Marambá!
Ciganos – Salve o povo do Oriente /Salve Santa Sara Kali!

Fonte: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista – Madras Editora


Os orixás e as sete linhas da Umbanda (aula aberta)

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Vista do plano espiritual, a Umbanda veio para harmonizar as famílias brasileiras, segundo Zélio Fernandino de Moraes. Sabemos que nossa linda religião adotou elementos do catolicismo, como a defumação, sincretismo com os santos e orações, bem como do povo oriental a magia e o ponto riscado. Sem falar da mãe África, na figura do negro como nossos amados Pretos Velhos e dos indígenas, com sua pajelança e rituais de curas. As famílias ricas, tradicionais brasileiras do inicio do século passado, enviavam seus filhos para estudarem na Europa, onde conheciam o Kardecismo. Quando regressavam ao Brasil, trouxeram na bagagem as mesas espíritas compostas apenas pela alta sociedade da época.

A partir da incorporação de pai Zélio, a Umbanda se desdobrou em diversas manifestações dentro da própria religião: Umbanda Branca, Umbandomblé, Umbanda Carismática, Umbanda Cristã, entre outras. Diferentes práticas que nos deixam um questionamento: não seria melhor se nossa religião tivesse uma bíblia, um livro sagrado, um codificador? Onde as regras ficassem claras e expostas, sem contestação?

Em 1914 aconteceu no Brasil o primeiro Congresso de Umbanda onde ficou muito claro que pregamos uma religião de liberdade, onde cada um pode expressar seus sentimentos. Com certeza existe algo que podemos chamar de código de conduta ou espinha dorsal umbandista. Tratam-se de algumas características que nos fazem identificar um terreiro ou até mesmo seus adeptos. Podemos citar aqui o uniforme de trabalho todo branco, a utilização de ervas, velas, charutos e cachimbos. Outro fato importante é a rejeição de trabalhos com oferenda de sacrifício animal.

WW da Mata e Silva, médium desde os nove anos, pesquisador e escritor, depois de1954 publicou inúmeros artigos sobre a Umbanda. A partir de suas experiências fundou a Umbanda Carismática, onde mostrou que na vida, tudo acontece em três fases: Criança, Adulto e Anciência. E denominou que na Umbanda também seria assim, com Erês (criança), Caboclos (adulto) e Pretos Velhos (anciência).

Os orixás de Umbanda
Cada orixá ou linha de trabalho traz referências a essas três fases da vida.
Anos depois, Rubens Saraceni, com seus estudos inovadores, elucidativos e práticos, nos ensinou que as sete linhas da Umbanda não são sete pessoas, mas sim, sete vibrações que ressoam em outras sete.

Vale lembrar que os praticantes da Umbanda sempre sentiram a necessidade de saber mais, conhecer mais e esse tipo de conhecimento vem sendo revelado ao passo que os praticantes estejam preparados para tal.

Hoje em dia, algumas certezas já possuímos, como por exemplo saber que orixá não é uma pessoa, nunca esteve encarnado em nosso planeta. Trata-se de uma vibração, um estado de Deus, e a mediunidade é o elo de ligação entre todas as energias.

Rubens Saraceni ainda nos ajudou na doutrina e personificação de nossa fé, o que precisamos entender para praticar a nossa fé. Desse modo, nos apresentou os “Tronos de Deus”:

Orixá Negativo –

Sentido

Orixá Positivo +

Elemento

Oiá Tempo (Logunã)

Oxalá

Cristal

Oxumaré

Amor

Oxum

Mineral

Obá

Conhecimento

Oxóssi

Vegetal

Egunitá

Justiça

Xangô

Fogo

Iansã

Ordem/lei

Ogum

Ar

Nanã

Evolução

Obaluayiê

Terra

Omulu

Geração

Iemanjá

Água

Assim, como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo, os orixás também apresentam essa polaridade. Mas, em se tratando de orixás, positivo e negativo não significam bem ou mal. Os orixás positivos irradiam, já os negativos trabalham o nosso lado negativo, nos paralisando, esgotando nosso lado obscuro. Como um ímã com seus dois polos: um que atrai e outro que repele. O ser humano é único na natureza que pode estar bem em um sentido e negativado em outro, por exemplo, posso estar profetizando minha fé, ser um praticante (positivo) e estar odiando alguém (negativo).

Desenvolvimento
Pesquisando nos documentos das manifestações de pai Zélio, temos os registros das presenças, durante as sessões mediúnicas, apenas dos Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Malês, que eram os mandingas na época dos escravos, os detentores de todos os conhecimentos, sabedores de todas as magias e patuás. Daí o ditado “Quem não pode com o mandinga, não carrega o patuá”.

Com a abertura das outras tendas espíritas a partir da casa de pai Zélio, os médiuns começaram a aparecer, vindos de outras casas, terreiros de candomblé ou centros espíritas. Daí então a fusão e o aparecimento da incorporação dos orixás na Umbanda: médiuns que vinham do Candomblé começavam a incorporar mãe Iemanjá, Oxum…

O mais importante a ser frisado depois de longa reflexão é que todo médium na Umbanda é um oráculo vivo e entendemos por oráculo aquele que pode levar uma palavra amiga ou dar uma benção. Esse poder eleva ou corrompe o médium que fazendo previsões em nome de seus guias está atentando contra a própria religião. Portanto, fica o alerta: cuidado, orai e vigiai, sempre!

Marisa Firmino da Silva Sanches


Saudando guias e orixás na Umbanda

ORIXÁS
Oxalá – Oxalá Yê meu Pai / Exê Babá! (O Senhor realiza / Obrigado Pai)
Oiá – Olha o tempo, minha mãe!
Oxum – Ora Yê iê, ô! (Olhe por nós, mãezinha!)
Oxumaré – Arroboboio! (Senhor das águas supremas)
Oxossi – Oke Arô! (Dê seu brado, majestade!)
Obá – Akirô Oba Yê! (Eu saúdo o seu conhecimento, senhora da Terra!)
Xangô – Kaô Kabecilê! (Permita-me vê-lo, majestade!)
Egunitá – Kali Yê, minha mãe! (Salve a Senhora negra, minha mãe!)
Ogum – Ogum Yê, meu pai! (Salve o senhor da guerra!)
Iansã – Eparrei, Iansã! (Salve o raio, Iansã!)
Obaluaiê – Atotô, meu pai! (Peço quietude, meu pai!)
Nana Buruquê – Saluba Nanã! (Salve a mãe das águas pantaneiras!)
Iemanjá – Adoci-Yaba / Odoiá, minha mãe! (Salve a senhora da água!)
Omolu – Atotô, meu pai / Omolu Yê! (Peço quietude, meu pai! Salve o senhor Omolu!)

GUIAS
Exu – Laroyê Exu / Exu Omojubá! (olhe por mim, Exu/Vós sois grande, Exu, ou Eu me curvo a ti, vós sois poderoso, Exu!)
Pombagira – Salve a senhora Pombagira! Pombagira saravá! (Salve a senhora Pombagira!)
Exu Mirim – Laroyê, Exu Mirim! (Olhe por mim, Exu Mirim!)
Pretos Velhos – Adorei as almas!
Caboclos – Okê Caboclos! (Dê seu brado, Caboclo!)
Crianças – Oni Beijada! (Salve os irmãos do altar!)
Baianos – É da Bahia / Salve a Bahia, meu Pai!
Marinheiros – Salve a marujada / Salve o povo do mar!
Boiadeiros – Jetuá, Boiadeiros /Marambá!
Ciganos – Salve o povo do Oriente /Salve Santa Sara Kali!

Fonte: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista – Madras Editora