Ervas e seu uso na Umbanda

Category : Modulo 1

banhos e ervas

Todo umbandista conhece a importância de um bom banho de ervas em sua vida. Adriano Camargo, o Erveiro desenvolveu, ao longo dos anos estudos que nos ajudam na manipulação correta de cada erva e também a erva que pertence a cada orixá, de acordo com sua vibração. O conceito de Ervas quentes, mornas e frias foi desenvolvido por ele.

Para Entender esse conceito, disponibilizamos abaixo duas matérias do “Jornal de Umbanda Sagrada, Espaço do Erveiro” – Ed 38, por Adriano Camargo.

[…] Eu classifico as ervas em três categorias: agressivas ou quentes, equilibradoras ou mornas e frias ou específicas. Essa classificação não tem a ver com temperatura física. Classifiquei dessa forma para termos um parâmetro físico, palpável. As ervas quentes ou agressivas, como a Arruda, o Guiné, o Alho, entre muitas outras, são aquelas ervas que executam uma limpeza astral profunda. São agressivas porque sua utilização sem critério pode causar transtornos energéticos, pode além de limpar as impurezas “astralinas” alojadas em nossos corpos astrais, esgotar energia vital, importante para nós. Deve-se tomar muito cuidado para usar essas ervas no chacra coronal. Recomenda-se esse uso apenas a partir da necessidade identificada por uma entidade de confiança, incorporada num médium também de confiança. Essa regra vale também para o Sal Grosso. Digo médium de confiança porque o médium não se exclui da responsabilidade do uso de uma erva recomendada pelo seu guia. Por isso é importante o médium buscar o conhecimento, para que o bom senso prevaleça.

Neste caso utilizamos algumas ervas consideradas mornas ou equilibradoras. Uma das funções dessas ervas é reajustar o campo energético, quando ele foi agredido pela ação de uma das ervas quentes.

O triângulo das grandes equilibradoras é formado por Sálvia, Alfazema e Alecrim. Existem muitas outra ervas nessas categorias. O importante não é se apegar num método de classificação ou num dogma de utilização ritualística. Lembre-se: amor e bom senso!

Essas ervas equilibradoras podem ser usadas na cabeça sem problema algum. O conhecimento é a única coisa que ninguém pode tomar de você. A partir das conquistas pessoais do médium, nesse campo do conhecimento, as entidades ficam muito mais à vontade para receitar ervas e outros elementos, pois o médium saberá também para que serve e não o bloqueará. Toda erva deve ser consagrada e essa consagração é muito simples: macere as ervas secas/frescas com as mãos pedindo para que Deus Pai Nosso Criador, as Forças da Natureza Vegetal, (e as forças que você quiser evocar e convidar para consagrar esse preparo), irradiem nessa mistura tornando-a viva e ativa para o fim a que se destina. Essa consagração pode (e deve) ser feita para banhos, defumações, chás, etc…

Adriano CamargoNão é difícil manipular ervas para o uso ritualístico, desde que não se esqueça as duas regras básicas Amor e Bom Senso.

O texto abaixo faz parte dos textos publicados por Adriano Camargo no “Jornal de Umbanda Sagrada”, a quem queira se aprofundar no conhecimento das ervas recomendamos os cursos virtuais e presenciais de nosso irmão Adriano Camargo, “O Erveiro”.

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Oração Nanã

Category : Orações

Amada mãe Nanã, eu vos evoco e peço amparo, proteção espiritual e ajuda justa. Não me deixe sucumbir na escuridão da ignorância e da falta de fé. Derrame vossa luz sobre minha casa e sobre esse seu filho que suplica.
Paralise, querida mãe, tudo o que estiver desvirtuado em meu caminho, transformando-o em saber, maturidade e crescimento puro e verdadeiro.
Livre-me, ó mãe, dos possíveis desvios de minha personalidade, decantando vibrações e irradiações mentais negativas. Ajude-me a ter resistência menal e uma linha de pensamento lúcida, sábia e verdadeira.
Querida mãe Nanã, que vossa natureza maleável e decantadora seja um remédio para nossas vidas, absorvendo as energias negativas e transformando em positivas, decantando minhas mágoas para que possa dinamizar minha evolução. Cuide mãe, dos meus familiares e amigos, de minha casa e de meu ambiente de trabalho, mantendo as vibrações virtuosas e elevadas.
Estimule, ó mãe divina, na busca do crescimento interior, da busca da maturidade, da sabedoria e da fé. Afaste de mim os vícios, as emotividades ligadas aos instintos, desequilíbrios e impulsos.

Saluba, Nanã Buruquê!
(Salve a mãe das águas pantaneiras)


Explanação sobre Mãe Nanã e a doutrina

A Orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres, que, se emocionados, sofrem sua atuação, aquietando-se e chegando até a ter suas evoluções paralisadas. Ela age decantando-os de seus vícios e desequilíbrios mentais e preparando-os para uma nova vida, mais equilibrada. De todos os Orixás, Nanã é quem tem um dos mistérios mais fechados, pois seu lado negativo é habitado por entidades com um poder enorme e como Orixá, é fechada às pesquisas de sua força ativa. Ela desfaz os excessos e decanta, ou enterra os vícios. Ela é a maleabilidade e a decantação, pois é uma Orixá água-terra. É cósmica, dual e atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e o emocional desequilibrado. Ela desparalisa o ser, decanta-o de todo negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para a atuação de Obaluayiê, que o colocará numa nova senda evolutiva. Ela é a divindade ou o mistério de Deus que atua sobre todos os espíritos que vão reencarnar, pois decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos e os adormece, para que Obaluayiê reduza-os ao tamanho de feto no útero da mãe que os reconduzirá à luz da carne.
Mãe Nanã envolve o espírito que irá reencarnar, em uma irradiação que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. Por isso, ela é associada à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas da sua vida carnal. Ela atua na memória dos seres, adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram com o destino traçado para a encarnação.
Como Orixá, sua manifestação é através de movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma energia e magnetismo muito forte. Nanã é uma guardiã que tem seu ponto de força natural, nos lagos, mangues, rios caudalosos e nos deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma tranquilidade que não é encontrada nos outros pontos de força da natureza.
No lado místico, Nanã é a divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo astral. Nessa porta de passagem, Nanã, atua sobre nosso carma, conduzindo esta situação com calma, para que o espírito não tome conhecimento da sua transição de um plano vibratório a outro. Nanã é também guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que se acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústia, dor ou ódio.
Nanã Buruquê é dual porque manifesta duas qualidades ao mesmo tempo. Uma vai dando maleabilidade, desfazendo o que está paralisado ou retificado, a outra vai decantando tudo e todos os seus vícios, desequilíbrios e negativismos. Ela desfaz os excessos e decanta ou enterra os vícios. Nanã Buruquê forma com Obaluayiê um par natural; são os Orixás responsáveis pela evolução dos seres. Se Obaluayiê é estabilidade e evolução, Nanã é a maleabilidade e a decantação que polarizada com ele e, ambos, dão origem à irradiação da Evolução. Ela atua também na linha da vida, que no início tem Oxum, estimulando a sexualidade feminina, no meio tem Iemanjá, estimulando a maternidade e no fim tem Nanã, paralisando a sexualidade e a geração de filhos, quando se instala a menopausa.
Nanã, é um dos Orixás mais respeitados no ritual de Umbanda, por se mostrar como uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas imperfeições como espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz. Os santuários naturais, pontos de força regidos por nossa mãe Nanã Buruquê (os lagos), têm seu próprio campo magnético absorvente poderosíssimo, que varia de sete a setenta e sete metros, a partir das margens. Ali reina a calma absoluta, característica que é própria de Nanã, que se movimenta lenta e cadenciadamente, porque traz em si uma energia e um magnetismo muito fortes.
Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação e atua por atração magnética sobre os seres com evolução paralisada e emocional desequilibrado. Essa calma absorvente exige silêncio e descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas, que se modificam, passando a agir com mais ponderação e equilíbrio. Ela desfaz os excessos, decanta o negativismo e os vícios e os afixa no seu barro.
Nanã, quando vibra à esquerda, no seu lado negativo, é a guardiã do ponto de força das águas estagnadas. A ação negativa das águas paradas pode tirar o equilíbrio de uma pessoa, de uma só vez, provocando desequilíbrio e doenças espirituais, ao atuarem através dos líquidos do corpo humano. O seu ponto de força, quando orientado para nos auxiliar, é absorvente, mas, quando voltado contra nós, é destrutivo, desarmonizador e desequilibrador. Nanã é também a guardiã dos deltas e estuários, locais em que os rios são absorvidos pelo mar. Ela é a Guardiã do ponto de força da Natureza que absorve as irradiações negativas, tanto as que são trazidas pelas correntes magnéticas ao redor da litosfera, quanto as forças negativas criadas pelas mentes humanas. Esses pontos são como pára-raios, que descarregam todas as irradiações captadas.

(Manual Doutrinário, Ritualístico e comportamental umbandista, Lurdes de Campos Vieira e Rubens Saraceni, Ed. Madras)

Para saber mais

Orixá: Nanã Buruquê
Elemento: Água / Terra
Sentido divino: Evolução
Fatores principais: Decantador, transmutador
Atribuição: Transformar os seres paralisados em sua evolução através da decantação dos sentidos negativados.
Ervas: cipó suma, pinhão roxo, chorão, peregun roxo, Alfavaca, Alfazema, Assa Peixe, Bardana Folhas, Camomila Flor, Cana do Brejo, Capim Rosário, Confrei, Erva de Sta Maria – Mentruz, Hibisco Flor, Mulungu Casca / Raiz, Noz Moscada, Sete Sangrias, Trapoeraba
Flores: campânula, trapoeraba, violeta, manacá da serra, hibisco
Frutas e alimentos: Figo roxo, melão, mamão, arroz.
Cor da vela: Lilás


Venha participar conosco do nosso Arraiá, com Bingo e Brincadeiras…

Category : Acoes Sociais

arraiá

Com o empenho dos médiuns e amigos, nosso projeto “Mãos Unidas” arrecadou em torno de meia tonelada de alimentos no “Arraiá do Estância alto da Serra” em 16 de julho de 2016. Esses alimentos foram distribuídos entre os indígenas que participaram do evento, Guaranis da aldeia Tekoá Pyaú e também destinados à “Casa de Assis”. Nossa parte de alimentos ficará reservada para as cestas básicas entregues mensalmente em nossa casa.

Nossos agradecimentos vai para  todos que colaboraram para que o evento fosse um sucesso e principalmente para a família “Estância Alto da Serra”. Gratidão eterna!


Orixá Ogum – Teologia da Umbanda

Ogum

Pai Ogum Maior é sinônimo da Lei Maior, ordenação divina e retidão porque é gerado na qualidade eólica, ordenadora, do Divino Criador. Orixá da
guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.

Depois de Exú, Ogum é quem está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idá.

Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, faca, enxada, ferradura, lança, martelo, bigorna, pá…Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores…

Ogum é chamado de “Senhor das Demandas”: é o guardião do ponto de força que mantém o equilíbrio entre o que está no alto e o que está embaixo, o positivo e o negativo, a luz e as trevas, a paz e as discórdias. Tudo no mundo gira em torno de equilíbrio entre luz e trevas, positivo e negativo…

Se uma pessoa assume uma forma contemplativa de vida, está se colocando como mero observador do desenrolar do dia a dia da humanidade. Como não é possível, e nem recomendável, assumir tal postura o melhor a fazer é procurar Ogum como nosso guia de viagem na senda de luz. Ele sempre nos avisará quando sairmos da linha de equilíbrio entre luz e trevas.

Ogum é o senhor dos caminhos, das direções: os caminhos são os pontos de força, os santuários naturais de pai Ogum. Por caminhos devemos entender as vias evolutivas, a evolução dos espíritos. Pai Ogum é o vigilante do caminho daqueles que empreenderam sua caminhada pela senda de luz, mas vigia tanto os caminhos para cima como para baixo. Ele é como um escudo protetor e luta para não deixar cair quem Ele está protegendo. Se procurarmos Ogum como nosso guia de viagem na senda de luz, Ele sempre nos avisará quando sairmos da linha de equilíbrio que divide luz e trevas. Quando auxiliamos, temos Ogum atrás para nos guardar, porém, quando odiamos, temos ogum a nossa frente para nos bloquear.

Ogum também é um executor do carma: pai Ogum vigia a execução dos carmas e as tem sob seu comando tanto na luz quanto nas trevas. Como guardião do ponto de força do equilíbrio, comanda as entidades atuantes no nosso plano como agente cármico, ou seja, os Exús de Lei na Umbanda.

Ogum é o guardião do ponto de força da lei: nessa função, Ogum abrange a tudo e todos que fizerem envolvendo magia ou ocultismo que, será anotado por ele, para posterior julgamento junto ao senhor da lei, Deus.

Ogum é um aplicado rigoroso da lei maior: basta sairmos do caminho reto para sermos tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes. Essas irradiações são simbolizadas por suas “sete lanças”; as cortantes são simbolizadas pelas “sete espadas” e sua proteção na lei é simbolizada pelos seus “sete escudos”.

Quando a lei quer recompensar, é Ogum quem dá mas, quando quer cobrar, é seu lado negativo quem executa. Quando caminhamos junto à luz, Ogum está a nossa direita; quando rumamos para as trevas, ele apenas inverte sua posição, mas não o lado. Portanto, ele estará a nossa esquerda, anotando sentimentos e atitudes condenáveis.

 (Rubens Saraceni)

Para saber mais:

Orixá:Ogum
Elemento: Ar
Sentido divino:Lei, ordem
Fatores principais:Ordenador
Atribuição:Irradiar a todos os sentidos da ordem e dos procedimentos
Pólo magnético: Masculino
Ervas: Espada de São Jorge, dandá, espinheira santa, eucalipto, abre caminho, anis estrelado…
Flores:Palmas de todas as cores, cravos de todas as cores…
Frutas e alimentos:Cará, milho, goiaba vermelha, pitanga, acerola, gengibre…
Cor da vela:Vermelha/azul escura

Oração à pai Ogum/São Jorge
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem,tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.

Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

Amém!

Evocação: pai Ogum

“Amado Pai Ogum, nós o evocamos e pedimos bênçãos e proteção, que vossa espada corte todos os males que por venturas estiverem em nossas vidas, todos os trabalhos de magia negra, doenças físicas, cordões energéticos, eguns, quiumbas e portais negativos abertos. Pedimos também que corte a inveja, ódios ocultos e nos direcione para a evolução, equilibrando nossas mentes, trazendo saúde e abrindo nossos caminhos para a prosperidade material e espiritual.

Divino Guerreiro, pedimos vossa proteção para nossos corpos físicos e espirituais, para que nossos inimigos nos olhem, mas não nos vejam.

Rogamos que vossa armadura de aço, vossa espada e vossa lança, nos livre dos perigos da Terra e do Astral.

Que vós, Pai misericordioso, seja sempre nosso guia, que nos impulsiona pelos caminhos da Lei, da Honestidade, da Fé, do Trabalho e da verdade.

Pai Ogum, assim como conduzes milhares de espíritos na ordem, pedimos que conduza também a nós. Rogamos a vós que retire as trevas de nossos caminhos, as deficiências de nossas personalidades e de nossas almas. Pedimos ajuda para que enxerguemos nossos defeitos, para que consigamos uma reforma interna e nos tornemos dignos diante do Pai Eterno.

Ajude-nos, Pai Ogum, a reconhecermos nossos erros e dê-nos força para repará-los. Pedimos que os espíritos necessitados que estão em busca de um caminho, que sejam direcionados conforme a Lei e Justiça Divina.

Que vossas falanges luminosas sempre nos protejam e nos auxiliem em nossas aflições.

Que assim seja!

Amém!”

(Manual Doutrinário, ritualístico e Comportamental Umbandista)


Introdução a Atabaque

– Material Didático (Em Breve)
– Video Aulas:


Oração à Oxóssi e caboclos

PRECE A OXÓSSI – I

Oh caçador!
Guerreiro de uma única flecha. Rei das Matas, Rei da Umbanda.
Pai da Inspiração e da esperança dê-me as bênçãos da prosperidade e inspira-me os pensamentos do bem.
Ajuda-me no sustento da minha fé para que possa cumprir com minhas obrigações e meus deveres neste mundo.
Indica-me com sua flecha sagrada os verdadeiros caminhos da prosperidade.

Salve pai Oxóssi
Okê, aro!

PRECE AO CABOCLO – II

Caboclo, sua benção!

Agradeço todas as lições de coragem, força, determinação e humildade. Com passos firmes, me ensinou a andar. Com sabedoria, me ensinou a apurar os ouvidos para distinguir o canto dos pássaros, o ruído das folhas, os passos dos que chegam para destruir as florestas.
Ando e corro pelas matas, sob o brilho dos teus olhos, sabendo que, pés plantados no chão e corpo flexível, escorrego mas não caio. Não há limo nas pedras que me derrube quando estás por perto para me ensinar onde pisar.
A Umbanda nasce do brado de um caboclo e é na Umbanda que aprendo a bradar e a ficar em silêncio. Aprendo a ser corajoso sem ser agressivo. A ser paciente sem perder o foco. A distinguir entre a folha que salva e o veneno que mata. A ser digno com humildade.
Agradeço as lições de sabedoria, as lições de sobrevivência para os momentos de perigo. Agradeço por me apurares os olhos e as mãos para eu identificar melhor e aprender a desarmar armadilhas.
Caboclo do verde de Oxóssi, és terra, água, fogo e ar combinados em harmonia. És mestre porque sabes ser discípulo. És cacique e pajé, por isso batizas, curas, limpas, consagras e cruza.
Eu sigo dançando na sua pisada.
Eu sigo os caminhos marcados por pedras, paus e folhas que deixas para mim. Eu sigo os caminhos riscados pela pemba.
Eu sigo até os caminhos e eu nos tornarmos um.

Okê, Caboclo!

(Ademir Barbosa Júnior –
texto adaptado)


Oração do perdão

Buscando eliminar todos os bloqueios que atrapalham minha evolução, dedicarei alguns minutos para perdoar.
A partir deste momento, eu perdôo todas as pessoas que de alguma forma me ofenderam, me injuriaram, me prejudicaram ou me causam dificuldades desnecessárias.
Perdoo sinceramente quem me rejeitou, me odiou me abandonou, me traiu, me ridicularizou, me humilhou, me amedrontou, me iludiu.
Perdoo, especialmente, quem me provocou até que eu perdesse a paciência e reagisse violentamente, para depois me fazer sentir vergonha, remorso e culpa inadequada.
Reconheço que também fui responsável pelas agressões que recebi, pois, várias vezes, confiei em indivíduos negativos, permiti que me fizessem de bobo e descarregassem sobre mim seu mau caráter.
Por longos anos suportei maus tratos, humilhações, perdendo tempo e energia, na tentativa inútil de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas. Já estou livre da necessidade compulsiva de sofrer e livre da obrigação de conviver com indivíduos e ambientes tóxicos.
Iniciei agora, uma nova etapa na minha vida, em companhia de gente amiga, sadia e competente: queremos compartilhar sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso de todos nós.
Jamais voltarei a me queixar, falando sobre mágoas e pessoas negativas. Se por acaso pensar nelas, lembrarei que já estão perdoadas e descartadas de minha vida íntima definitivamente.
Agradeço pelas dificuldades que essas pessoas me causaram, pois isso me ajudou a evoluir, do nível humano comum ao nível espiritualizado em que estou agora. Quando me lembrar das pessoas que me fizeram sofrer, procurarei valorizar suas boas qualidades, e pedirei ao Criador que as perdoe também, evitando que elas sejam castigadas pela lei da causa e efeito, nesta vida ou em futuras.
Dou razão a todas as pessoas que rejeitaram meu amor e minhas boas intenções, pois reconheço que é um direito que assiste a cada um me repelir, não me corresponder e me afastar de suas vidas.
(Fazer uma pausa, respirar profundamente algumas vezes, para acúmulo de energia).
Agora, sinceramente, peço perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente e inconsciente, eu ofendi, injuriei, prejudiquei ou desagradei.
Analisando e fazendo julgamento de tudo que realizei ao longo de toda minha vida, vejo que o valor de minhas boas ações é suficiente para pagar todas minhas dívidas, e resgatar todas minhas culpas, deixando um saldo positivo a meu favor.
Sinto-me em paz com minha consciência e de cabeça erguida, respiro profundamente, prendo o ar e me concentro para enviar uma corrente de energia destinada ao Eu Superior.
Ao relaxar, minhas sensações revelam que este contato foi restabelecido.
Agora dirijo uma mensagem de fé ao meu Eu Superior, pedindo orientação, proteção e ajuda, para a realização, em ritmo acelerado, de um projeto muito importante que estou mentalizando e para o qual já estou trabalhando com dedicação e amor.
Agradeço de todo coração, as pessoas que me ajudaram e comprometo-me a retribuir trabalhando para o bem do próximo, atuando como agente catalisador do entusiasmo, prosperidade e auto-realização.
Tudo farei, em harmonia com as leis da natureza e com a permissão do nosso Criador, eterno, infinito, indescritível, que eu, intuitivamente, sinto como o único poder real, atuante dentro e fora de mim.

Assim seja, assim é e assim será!
(Autor Desconhecido)



MISTÉRIO EXÚ

(Firmeza e ponto de força)

Sempre é muito controverso e delicado explanar sobre Exú. Toda religião traz seu aspecto positivo e negativo (no sentido punitivo). Com nossas heranças católicas, por muito tempo, Exú foi considerado o próprio diabo ou aquele que nos puniria caso não respeitássemos as santas leis impostas pela igreja. A maioria das imagens que encontramos desse Orixá é amedrontadora, com chifres e rabos justamente para nos provocar medo. Mas, quem não teme ser castigado?

Primeiramente, para falar de Exú, precisamos diferenciar Orixá e Trabalhadores. No culto africano religioso, Exú se apresenta como Orixá, desse modo, não incorporante em seus médiuns. Nas lendas, Exú foi o primeiro orixá criado por Olunmirá no início dos tempos. Por esse motivo que, até hoje, saudamos e reverenciamos Exú antes de iniciarmos nossos trabalhos ou até mesmo antes de oferendar nossos Orixás da Direita. Todos os médiuns têm um Exú Orixá e um Exú de trabalho, que busca a evolução através da incorporação em seus médiuns.

Os Exús trabalhadores sabem como é difícil o caminho da evolução: a maioria deles já viveu encarnado e se afinizou, por algum motivo aos orixás Exús e foram recolhidos por esse místério para juntamente trabalharem. O caminho da evolução existe para todos nós, mas cabe a cada um escolher como quer evoluir. Na Umbanda encontramos a linha dos Baianos e Boiadeiros, que podemos chamar de linha transitória de evolução. Muitos Baianos e Boiadeiros já foram Exús que, atingiram um grau evolutivo e consequentemente, puderam trabalhar na Direita. Vale lembrar que nem todos querem deixar de ser Exú e continuam trabalhando na Esquerda.

Por Exús de trabalho, entendemos que são espíritos neutros, ou seja, trabalham por recompensas. Nenhum Exú vai se dispor a fazer um trabalho se não tiver uma paga. Mas, que fique claro, assim como um bom amigo, socorre seu “protegido” nos momentos de aflição. E justamente por não trabalharem “de graça” é que são neutros, dessa forma, o Exú não se compromete quando presta seu serviço à uma pessoa, mas somente ela mesma. Ainda podemos ver nos dias de hoje, consulentes pedindo por coisas ruins nas giras de Esquerda. Exú se diverte com isso e a todo custo mostra ao consulente que a lei do retorno é implacável e quem sofrerá as consequências desse tipo de trabalho não é o Exú, mas sim aquele que pediu (quem deve paga, quem merece, recebe). Exú responde ao fundamento da casa onde Ele trabalha e não vai dar dez passos para trás de sua caminhada evolutiva em troca de “favores”.

Exú deve ser respeitado, sim! Temido, por alguns também. Não podemos considerá-lo nosso irmão ou escravo, executor de todo tipo de serviço, como já vimos muitos dizerem. Exú é executor da lei e do carma individual de cada um. É aquele que está ao nosso lado, no dia a dia, nos trazendo a proteção, caminhos abertos e aguçando nossa intuição. Feliz daquele médium que cria uma relação de respeito com seu guia podendo assim, receber as respostas automaticamente quando são feitas as perguntas.

Assim é Exú! Tem seu ponto riscado, relacionado ao Orixá maioral da Esquerda que está ligado e também ao orixá da direita que responde. Desse modo temos Exús para cada orixá, na Umbanda. Seu símbolo é fálico ou um tridente. Seu fator é vitalizador e por assim ser, está diretamente ligado à sexualidade humana por onde irá vitalizar um indivíduo que esteja necessitando de ajuda ou desvitalizar caso necessite ser punido.

Diferentemente dos orixás da Direita, Exú é positivo e negativo ao mesmo tempo, sendo assim, energiza e paralisa os seres ou criaturas que necessitarem. Exú trabalha com pemba e vela preta, jamais com pemba branca. Um médium pode riscar o ponto do seu Exú para pedir-lhe algo usando pemba branca mas nunca o Exú. Da mesma forma, o Exú respeita a hierarquia dos orixás à direita e NUNCA cruzará uma guia de Oxalá ou Iemanjá, por exemplo para dar à um consulente.
Jamais, em hipótese alguma, podemos confundir orixá Exú, Exú trabalhador, de lei com quiumbas: seres infernais que ao desencarnarem, não modificam sua natureza e continuam livres fazendo maldade ou, escravizados por quiumbas mais poderosos, prestando serviços, dispostos a prejudicarem pessoas pelos quais são mandados. Esses espíritos não têm regras e muitas vezes, quando a Lei se apieda deles, ao se aproximarem de nossos terreiros, são recolhidos, paralisados e levados para seus lugares de merecimentos.

Em nosso terreiro, temos duas Tronqueiras (altar direcionado ao culto dos Orixás à Esquerda):

• Na Tronqueira da porta de entrada estão assentados apenas um casal de guardiões: guardião e guardiã, que são responsáveis pela segurança e proteção do nosso terreiro; os médiuns quando chegam devem saudar essa Tronqueira pedindo licença para entrar na casa;

• Na Tronqueira de baixo, estão representados os Exús, Pombagiras e Exús Mirins individuais de cada médium, por isso, acendemos nossa vela e fazemos nossas firmezas lá. Sendo que o correto é que cada médium tenha seu altar da Esquerda em casa para fazer sua firmeza antes de cada trabalho, por exemplo, o vaso de proteção.

Ervas de Exú: casca de alho, casca de cebola, açoita cavalo, dandá, pinhão roxo e pimentas.

Elza Maria Firmino da Silva
Marisa Firmino da S. Sanches