Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebendo o quanto elas realizam apenas “brincando” e “comendo doces”.
Muitas crianças que incorporam na Umbanda são seres encantados que nunca encarnaram. Estão mais ligadas ao plano encantado da natureza do que ao plano humano. Crianças vibram as forças da natureza de forma sutil, mas de forma intensa. Na Umbanda, o “mistério das Crianças” é regido pelo orixá Oxumaré, que é o orixá da renovação, da vida em suas dimensões naturais.
Quando incorporadas, vibram o tempo todo a energia encantada do reino a que estão ligadas: se trabalham sob a influência do Ar, são alegres e expansivas. Se são da linha do Fogo, são facilmente irritáveis. Se são da Terra, são caladas. Se são da linha de Iemanjá ou Oxum, são extremamente carinhosas. Ao consulente cabe apenas entrar em sintonia infantil, brincando e comendo doce, que se dará sua limpeza espiritual.
Crianças estão muito ligadas às cores, ao arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza. As crianças não são espíritos adultos se passando por crianças, o que não seria nada natural, mas sim, espíritos infantis, ou seja, espíritos que não se humanizaram por completo.
Para vir à Umbanda, passam por um preparo no astral que elas chamam de escolinha. Respondem no grau de guias, pois tem muito a dar. Trabalhando como guardiões dos pontos de força do reino elementar, trabalham com irradiações muito fortes e puras na sua origem. Têm grande facilidade em curar doenças, desde que essas possam ser tratadas com seus elementos ativos. Por esse motivo foram identificados como Cosme e Damião, santos cristãos curadores que trabalhavam com a magia dos elementos e, como Ibeji, gêmeos encantados do ritual africano.
“Cosme e Damião
a sua casa cheira,
Cheira cravo e rosa
Cheira flor da laranjeira”
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada