1ª aula aberta – Umbanda: quem é você?
Category : Central de Estudos
Nossa amada Umbanda é uma religião muito nova, e por ter apenas um século de vida precisa ser disseminada e estudada para que seus praticantes saibam responder todas as dúvidas e expliquem com sabedoria sua religião para elevá-la cada vez mais.
Até hoje os umbandistas são tidos por muitas pessoas como aqueles que fazem amarração do amor, trazem o amor perdido em sete dias ou são “mães” ou “pais” de postes. Não! Absolutamente, não. Umbanda é muito mais que isso: é a manifestação dos espíritos para o amor e a caridade, simples assim! E aqueles que abraçam essa causa têm por obrigação estudar para aprender e poder desmistificar essas falsas ideias.
Vale dizer também que nossa religião não é uma seita, pois a Umbanda tem sacramentos como batismo, casamento, cerimônia de funeral, além dos ritos de passagem como os que os médiuns passam (iniciação, desenvolvimento mediúnico e confirmação dos guias para poderem trabalhar nos passes).
Podemos considerar que a Umbanda é uma religião completa e rica devido à agregação e sincretismo com todas as religiões que a ajudaram a se originar.
Desse modo, temos assim suas origens:
Indígena: espíritos nativos que já viviam no Brasil antes da colonização e conheciam a incorporação por meio do Xamanismo. Herdamos desse povo o culto à Jurema, os banhos de ervas, o respeito à natureza e as práticas como Catimbó com seus mestres e pajelança.
Europeia: a alta sociedade brasileira enviava seus filhos para estudarem na Europa. Quando retornavam, traziam ideias dos estudos doutrinários kardecistas.
Os portugueses quando chegaram no Brasil, catequizaram os índios e nos deixaram a religião católica, da qual a Umbanda se apropriou de ritos como a defumação e água benta, sem falar do sincretismo com suas imagens que já eram utilizadas pelos escravos por não poderem cultuar seus orixás.
Africana: os negros trazidos escravizados para o Brasil já cultuavam seus ancestrais e divindades que chamamos de Orixás, os senhores do alto (ori). Em solo africano já praticavam a incorporação espiritual e reverenciavam seus orixás em seus pontos de forças na natureza. O Candomblé preserva esses cultos de nações nos dias atuais.
Oriental: a magia que herdamos é utilizada na Umbanda de forma tão abrangente que se tornou parte da religião, como exemplo dos pontos riscados de escritas mágicas. Magia é transformação e ninguém usa magia para permanecer como está. Todos querem melhorar e evoluir.
Assim sendo, podemos concluir que a Umbanda é uma religião nova que tem em suas raízes uma cultura milenar, que é monoteísta, ou seja, reverencia um único Deus apesar de cultuar, evocar e reverenciar um panteão de orixás que nunca deixam de atender nossos clamores mais sinceros. Religião que tem seus próprios fundamentos e crê na manifestação dos espíritos para auxiliar seus irmãos encarnados.
Na Umbanda, não existe pecado, céu e inferno: trabalhamos com a simples lei da física de ação e reação, positivo e negativo. Nossa religião e seus seguidores se orgulham de sempre fazer uso das palavras do médium Zélio Fernandino de Moraes, que ao incorporar um caboclo, em 1908, nos deixou a mensagem que a nenhum rejeitaremos e a todos aceitaremos, nossa religião é livre de qualquer tipo de preconceito.
Desse modo, para concluir, uma de nossas maiores dificuldades hoje é um umbandista se apresentar como umbandista e saber explicar e defender sua religião. Devemos entender como as coisas devem ser na Umbanda simples, porém de coração e sempre realizadas com muito amor, pois aqui não se pratica o mal!
Marisa Firmino da S. Sanches