Oração a Oxum

Que nossa amada mamãe Oxum, derrame sobre nós Suas energias de amor!
Que possamos senti-la em nossa caminhada.
Que nos momentos de aflição seja o vosso amor a nos sustentar.

Ora Yê Yê ô, mamãe Oxum

(Elza Maria Firmino da Silva, para o CD em homenagem a mamãe Oxum)


Oração a São Cosme e São Damião

Oração a São Cosme e São Damião
Cosme e Damião, luzeiros espíritos da corte de Oxalá, amados benfeitores, queridos guias, nós imploramos a vossa proteção, força, saúde e resignação para que possamos cumprir nossa missão com os desígnios de Pai Oxalá.
Dai-nos sempre os fluidos de paz, amor, alegria e felicidade que vos são peculiares.

Curai nossos males, fortalecendo nossos corpos materiais, proporcionando aos nossos espíritos as satisfações que lhes sejam agradáveis. Protegei-nos e a nossos familiares; protegei também todas as criancinhas, para que tenham, a cada dia, uma vida melhor, com Cristo em seus corações.

Que vossos fluidos sacrossantos, recaiam sobre nossas cabeças.

Saravá Cosme e Damião!
Saravá toda Ibejada!


Cordão na cintura. Qual a utilidade?

O cordão é mais um elemento de trabalho exclusivo para a linha da Esquerda, principalmente por ser feito de algodão, elemento natural, juntamente com suas cores fortes, vermelha e preta, é um condensador de energias.

Sua entidade irá consagrá-lo para que seja usado como um portal que atuará nos trabalhos de descarrego, cura e equilíbrio. É também um eficiente elemento para limpeza durante os trabalhos de passe dos consulentes. No final dos trabalhos, ele atuará na limpeza do próprio médium.


Iemanjá, as sereias e os marinheiros

A vida
Vida é existência! Como somos seres espirituais, a vida é uma das vias de evolução do espírito, que é eterno, imortal.
A mãe da vida, criativa e geradora, é a divindade Iemanjá, criada e gerada pelo Divino Criador, Olorum, para ser um princípio doador e amparador da vida. Ela atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies.

As características marcantes da amada mãe Iemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. Ela simboliza o amparo, a maternidade que envolve os seres, amparando-os e encaminhando-os diligentemente, protegendo-os até que tenham seus conscienciais despertados, estando aptos a se guiar.
A criatividade de mãe Iemanjá torna os seres capazes de se adaptarem às condições e meios adversos. A geração irradia essa qualidade a tudo e a todos, concedendo-lhes a condição de se fundirem para se multiplicar e se repetir.

Iemanjá é a amada mãe da vida pois gera em si mesma e sustenta o nascimento. Ela é a água que vivifica os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade (vida). Iemanjá rege o mar, que é um santuário natural, um altar aberto a todos. Por isso é chamada “Rainha do mar” para onde tudo é levado, para ser purificado e depois devolvido. Água é vida! Somos regidos pelas águas pois tanto nosso corpo como nosso planeta são constituídos predominantemente por água.
A energia salina das Sete Águas Divinas de mãe Iemanjá cura enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes e irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é elemento da vida e irradiador de energias que purificam o planeta e o mantém imantado.

Salve mãe Iemanjá!

A linha das sereias

As sereias e demais encantados aquáticos são seres naturais, isto é, que nunca encarnaram regidas por Iemanjá, Oxum e Nanã Buruquê. Elas têm um poder purificador de limpeza e descarga de energias negativas superior a qualquer outra linha de trabalho da Umbanda Sagrada. Elas não falam, mas seu canto é um poderoso mantra aquático diluidor de energias negativas.
As sereias verdadeiras são seres naturais regidas por Iemanjá. As Ondinas, ou antigas sereias, são mais velhas e são regidas por Nanã. As encantadas elementais são regidas por Oxum.
Essas três mães d’água regem o mistério Sereia do Ritual da Umbanda Sagrada. Todas podem incorporar com canto de Iemanjá, Oxum ou Nanã.

A linha dos Marinheiros
Os Marinheiros são espíritos do mar alegres e cordiais. Seu magnetismo aquático lhes dão a impressão de que o solo está se movendo sob seus pés, por isso eles imitam os marujos nos tombadilhos dos navios.

Os Marinheiros são espíritos de antigos piratas, marujos, guardas marinhos, pescadores e capitães do mar, regidos por Iemanjá e Oxalá, mas atuam também sob a irradiação dos demais orixás.

Fonte: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista. Ed. Madras

Saiba mais
“Iemanjá é o Trono Divino da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade”.

Elemento: água
Sentido divino: geracionista
Fator principal: gerador, amparador da vida
Atribuição: irradiar a todos os seres o sentido da vida
Ervas quentes: erva de bicho, alho desidratado, casca de alho…
Ervas mornas: alfazema, anis estrelado, rosa branca, flor de camomila, erva de Santa Maria, flor Hibisco, manjerona…
Flores: rosas brancas, flores brancas e azuladas, Hortência, margarida…
Frutas e alimentos: melão, melancia, alface, arroz branco, leite…
Cor de vela: azul clara
Linha de trabalhos: Marinheiros


Oração a Iemanjá

Divina Mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção.
Oh! Doce Iemanjá limpe as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações.
Vós que sois a força da natureza, linda deusa do amor e bondade.
Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz.

Que assim seja feita a vossa vontade. Odoyá!


Por que oferendar nossos Guardiões?

Por que oferendar nossos Guardiões?

     A pergunta correta deveria ser “Por que NÃO oferendar nossos Guardiões?” Todos nós já sabemos que na Umbanda não barganhamos com nenhuma entidade, não difundimos a ideia de trocar elementos por pedidos. Hoje, com tantos ensinamentos e conhecimentos transmitidos pelas próprias entidades, entendemos que todos os elementos dispostos em uma oferenda serão manipulados no astral e deles serão retirados sua essência: essa essência será utilizada a nosso favor!

     Nossa casa, Tenda de Umbanda Pai Oxalá e Caboclo Pena Preta sempre prezou pela máxima de que “quantidade não é qualidade”. Sendo assim, fica fácil compreender que não adianta você dispor de uma cesta repleta de frutas, bebidas e charutos e não oferendá-los com respeito e amor. Optamos por cada médium contribuir com um elemento e assim fazer valer o termo “irmandade”. Dessa forma, todos serão atendidos em seus pedidos, de acordo com seus merecimentos, independente de levar uma cesta de itens ou apenas um.

     Nossas entidades, nossos Guardiões estão conosco o tempo todo e a maior oferenda que podemos lhes dar é nossa felicidade. É viver nossa vida de forma plena, amando, respeitando e zelando de nossa reforma íntima. Milhares de cestas ofertadas não serão suficientes se não fizermos nossa parte: buscar a cada dia ser uma pessoa melhor!

     O momento da oferenda, da manipulação do elementos deve ser de concentração e bons pensamentos. Agradecer em primeiro lugar pelas realizações ,conquistas, pela saúde, pela família e depois pedir, sempre o bem. Peça aos Guardiões pela sua segurança e de seus entes queridos, peça caminhos abertos, peça saúde, o equilíbrio e principalmente a paz interior. Estando em paz, atravessamos qualquer situação à nossa volta!

 Que nossos guardiões estejam conosco sempre,

Elza Maria Firmino da Silva

Marisa Firmino da S. Sanches


A linha dos Baianos na Umbanda

“…Se um espírito missionário iniciou a corrente dos “Baianos” é porque na Terra ele havia sido um Babalorixá baiano e continuou a sê-lo no plano espiritual. Ele havia sido um baiano cultuador dos orixás e continuou a sua missão em espírito, iniciando um dos mistérios da religião umbandista.

São espíritos alegres, brincalhões, descontraídos… São conselheiros, orientadores, aguerridos e chegados à macumba (dança ritual), durante a qual trabalham, enquanto giram com seus passos próprios.
(Rubens Saraceni – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)

O arquétipo adotado para a linha de ação e trabalho dos baianos da Umbanda é o culto aos antepassados, aos tradicionais pais e mães de santo da Bahia, embora manifestem-se pais e mães de santo de todos os recantos do país. Esse arquétipo, segundo Pai Rubens Saraceni, foi criado justamente a partir daqueles que melhor sustentaram e popularizaram o culto aos Orixás no Brasil, ou seja, a figura alegre, curiosa, intrometida e extrovertida dos sacerdotes dos Orixás, com suas rezas, magias, quizilas, feitiços etc. e dos mestres e rezadores nordestinos.

“A Linha dos Baianos é essa linha: a dos heróis anônimos que sustentaram o culto aos Orixás e os semearam primeiro em solo baiano, e posteriormente no resto do Brasil e, com  a Umbanda organizada os levarão ao mundo”.
(Rubens Saraceni – Os Arquétipos da Umbanda – Madras Ed.)

A gira dos baianos é sempre muito animada e essas entidades têm sempre respostas certeiras e rápidas para as nossas questões, para sabermos lidar com as adversidades diárias, com alegria e descontração.


Mãe Iansã na Umbanda

Uma das qualidades de Deus é o direcionamento que está presente e ativo em tudo o que gera e cria. É nessa sua qualidade direcionadora que gerou Iansã.

Iansã, enquanto qualidade de Deus está em tudo e em todos, é a força móvel que direciona a fé (Oxalá), a justiça (Xangô), a evolução (Obaluaiyê), a geração (Iemanjá), a agregação (Oxum) e a lei (Ogum).

Ogum é a lei, a via reta, mas Iansã é o próprio sentido da direção da lei, pois ela é um mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que esteja dando à sua evolução e sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela lei maior (Ogum). Basta errarmos para que as qualidades de mãe Iansã nos envolvam em suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador de nossos sentimentos viciados. Com isso, mãe Iansã nos coloca novamente no caminho reto da vida, ou nos lança no Tempo, onde nossa religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada.

Sua atuação é cósmica, ativa, negativa mobilizadora e emocional, mas não é inconsequente ou emotiva porque ela é o sentido da lei, que não é apenas punitiva, mas também direcionadora.

Iansã aplica a lei nos campos da justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora da lei e, com um de seus magnetismos, alterar seu emocional, mental e consciência para só então direcioná-lo a uma nova linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pelas linhas retas da evolução.

As energias irradiadas por Iansã:

– Purificam nosso mental;
– Diminui os magnetismos negativos;
– Estimulam o emocional, acelerando suas vibrações.

Nossa amada mãe Iansã, possui vinte e uma Iansãs intermediárias que assim são distribuídas:

– Sete atuam junto ao pólo magnético irradiante e auxiliam os orixás onde entram como aplicadoras da lei, segundo os princípios da justiça divina, recorrendo aos aspectos positivos do orixá planetário Iansã.

– Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás onde entram como aplicadoras da lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã.

– Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias onde, regidas pelos princípios da lei ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.

Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe Iansã seja confundida com mãe Oyá, já que é ela quem envia ao Tempo os eguns fora da lei do campo religioso.

Iansã do Tempo tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da fé, enviando-os ao Tempo, onde serão esgotados.

Iansã do Balê, ou Iansã das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior

Iansã que é muito solicitada e conhecida pois atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da lei que dão sustentação à vida e, como a vida é geração e Omulu atua na linha de geração, então, mãe Iansã envia aos domínios de pai Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes.

Orixá: Iansã
Elemento:  Eólica
Sentido divino: Direcionamento
Fatores principais: Transformação, redirecionamento.
Atribuição: Atua na transformação dos seres através de seu magnetismo.
Pólo magnético: Feminino/negativo.
Ervas: Buchinha do norte, cânfora, espada de Santa Bárbara, mamona, bambu, folha de pitanga e laranja, peregun, alfavaca…
Flores: Impatiens, palmas amarelas e vermelhas, açucena, tulipa e primavera.
Frutas e alimentos: Pitanga, laranja, abacaxi e grãos.
Cor da vela: Amarela ou vermelha
Linha de trabalho: Baianos


Oração à mãe Iansã

Nossa gloriosa Mãe Iansã, receba-nos em seus braços, na certeza de que velará por nós. Defenda-nos das invejas, do negativismo e das demandas; que com seu vento a senhora varra todas as nossas dúvidas e nossos inimigos.

Que o fogo do seu amor aqueça os nossos corações. Iansã, rainha dos raios, contemplando a sua beleza, nós, seus filhos de fé e admiradores, num ato de humildade levamos nossos corpos ao chão, diante dos seus pés, numa prova de reverência, fé e amor.

Senhora rainha, que a sua espada defenda todos os seus filhos e que a sua coroa brilhe nas nossas mentes, assim como brilha sempre ao raiar do sol e com isso possamos enxergar ainda mais os caminhos pelos quais nos vemos obrigados a passar.

Neste momento de fé Iansã, olhe e abrande a dor dos seus filhos que padecem.

Eh pa hei Oya!


A linha da esquerda: Exu, Pombo-Gira e Exu Mirim

Os Exus

Por Débora Caparica

Exus são espíritos que já encarnaram na terra.  Na sua maioria, tiveram em encarnações anteriores cometidos de perturbações ou viveram de modo a prejudicar seriamente sua evolução espiritual, sendo assim esses espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade, atuando nos terreiros de Umbanda.

São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados, mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Esses espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos são servidores dos Orixás.

Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao “Diabo” medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados à prática do “Mal”, pois como são servidores dos Orixás, todos têm funções específicas e seguem as ordens que lhe são passadas.  Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção dos terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.

Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a “gira de Exus” dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes.  Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Ciganos, Baianos, etc.), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.

Exú é Mau?
Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar. Exú é neutro, quem faz o mal são os médiuns que utilizam os Exús para fazerem trabalhos que prejudiquem outras pessoas.

Na verdade o mal ou o bem como já afirmou é produto da vontade e da evolução do próprio homem e Exu esta acima do bem e do mal, sentimentos esses pertencentes à evolução humana.

Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.

Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

De um texto extraído do livro “ O Guardião da Meia- Noite” podemos ter uma ideia de quem é Exú:

“Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer.
Não traio ninguém, mas não deixo de castigar um traidor.
Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado.
Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor.
Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se.
Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se.
Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.
Não pego o poder do Senhor da Luz, mas não recuso o poder do Senhor das Trevas.
Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar.
Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer.
Sirvo à Luz. Mas também sirvo às Trevas.
No meu reino eu mando e sei me comportar.
Não peço o impossível, mas dou o possível.
Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.

Mas Então Quem É Exu?
Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral.

No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros Guardiões das pilastras da criação, preservando e atuando dentro do mistério Exu.

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.

Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.

Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la, tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.

A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras.

É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espíritas, podem aparecer como “guardas”. Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos, chapéus, etc.

Eles têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc. Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu.

Algumas palavras sobre os exus: Tem palavra e a honram; buscam evoluir; por sua função cármica de Guardião, sofrem com os constantes choques energéticos a que estão expostos; afastam-se daqueles que atrasam a sua evolução; estas entidades mostram-se sempre justas, dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais ” duras” que as demais entidades.

Método e Atuação dos Exus

A maneira dos Exus atuarem, às vezes nos choca, pois achamos que eles devem ser caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no mal? Os exus usam as ferramentas que sabem usar: a força, o medo, as magias, as capturas, etc.

Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem “amor”, mas eles sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue às trevas.

Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não impedem aqueles que querem “cair” nas trevas. Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer.

Os Exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, como se fosse a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar: Uma pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se fanáticaou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio: a falta de fé com o fanatismo.

Parece um paradoxo? Sim, parece, mas é extremamente necessário.
Outro exemplo é o vicio as drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este vicio: ou a prisão, a morte, uma doença, etc.
A Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito do mau caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.
Os Exus estão ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles atendem aos diversos pedidos materiais dos encarnados.
Existem algumas coisas com as quais um guia da direita (caboclo, Preto-Velho) não lida, mas quando se pede a um Exu, ele vai até essa sujeira, entra e tira a pessoa do apuro.

Se tiver alguém para te assaltar ou te matar, os Exus te ajudam a se livrar de tais problemas, desviando o bandido do seu caminho, da mesma forma a Pomba-Gira, não rouba homem ou traz mulher para ninguém, são espíritos que conhecem o coração e os sentimentos dos seres humanos e podem ajudar a resolver problemas conjugais e sentimentais.

Para finalizar, se você vier pedir a um Exú de Lei para prejudicar alguém, pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se você não estiver em um templo sério, e a entidade travestida ou disfarçada de Exú aceitar o seu pedido… Bom, quando esta vida terminar, e você for para o outro lado… Você será apenas cobrado!

As Pombo-Giras

O termo Pombo-Gira é corruptela do termo “Bombogira” que significa em Nagô, Exu. A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história. No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada em sua maioria por mulheres, daí a associação.

Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira? Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta.

Que Pomba-Gira é mulher de Sete Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.

A função das Pombo-Giras, está relacionada à sensualidade. Elas freiam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.

A sensualidade desenfreada é um dos “sete pecados capitais” que destroem o homem: a volúpia. Esse vício é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombo-Giras não atuassem neste campo emocional.

As Pombo-Giras são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu, executoras da Lei e do Karma. São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções.

Devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como bichos-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.

Exu-Mirim
Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada “de lado” dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.

Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar – se muito da existência deles. Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombo-Giras para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita- se Exu e Pomba-Gira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, “se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda”.

O Exu–Mirim nos traz situações e “complicações” para que estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.

Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu–Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu–Mirim, formada por espíritos ligados a essa divindade regente.

Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom – senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam – se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pomba-Giras guardiões da casa.

Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus – Mirins como os Pretos – velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.

Trazem nomes simbólicos análogos aos dos “Exus – adultos”, demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus – Mirins ligados ao Campo Santo:

Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados à água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus – Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.

Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelha e preta, etc.

Uma força muito grande que Exu–Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças “negativas” que estejam atuando contra nós, “desocultando-as” e acabando com essas atuações.

A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.

Lembre-se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação. Para aqueles que sentirem-se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.