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MISTÉRIO EXÚ

(Firmeza e ponto de força)

Sempre é muito controverso e delicado explanar sobre Exú. Toda religião traz seu aspecto positivo e negativo (no sentido punitivo). Com nossas heranças católicas, por muito tempo, Exú foi considerado o próprio diabo ou aquele que nos puniria caso não respeitássemos as santas leis impostas pela igreja. A maioria das imagens que encontramos desse Orixá é amedrontadora, com chifres e rabos justamente para nos provocar medo. Mas, quem não teme ser castigado?

Primeiramente, para falar de Exú, precisamos diferenciar Orixá e Trabalhadores. No culto africano religioso, Exú se apresenta como Orixá, desse modo, não incorporante em seus médiuns. Nas lendas, Exú foi o primeiro orixá criado por Olunmirá no início dos tempos. Por esse motivo que, até hoje, saudamos e reverenciamos Exú antes de iniciarmos nossos trabalhos ou até mesmo antes de oferendar nossos Orixás da Direita. Todos os médiuns têm um Exú Orixá e um Exú de trabalho, que busca a evolução através da incorporação em seus médiuns.

Os Exús trabalhadores sabem como é difícil o caminho da evolução: a maioria deles já viveu encarnado e se afinizou, por algum motivo aos orixás Exús e foram recolhidos por esse místério para juntamente trabalharem. O caminho da evolução existe para todos nós, mas cabe a cada um escolher como quer evoluir. Na Umbanda encontramos a linha dos Baianos e Boiadeiros, que podemos chamar de linha transitória de evolução. Muitos Baianos e Boiadeiros já foram Exús que, atingiram um grau evolutivo e consequentemente, puderam trabalhar na Direita. Vale lembrar que nem todos querem deixar de ser Exú e continuam trabalhando na Esquerda.

Por Exús de trabalho, entendemos que são espíritos neutros, ou seja, trabalham por recompensas. Nenhum Exú vai se dispor a fazer um trabalho se não tiver uma paga. Mas, que fique claro, assim como um bom amigo, socorre seu “protegido” nos momentos de aflição. E justamente por não trabalharem “de graça” é que são neutros, dessa forma, o Exú não se compromete quando presta seu serviço à uma pessoa, mas somente ela mesma. Ainda podemos ver nos dias de hoje, consulentes pedindo por coisas ruins nas giras de Esquerda. Exú se diverte com isso e a todo custo mostra ao consulente que a lei do retorno é implacável e quem sofrerá as consequências desse tipo de trabalho não é o Exú, mas sim aquele que pediu (quem deve paga, quem merece, recebe). Exú responde ao fundamento da casa onde Ele trabalha e não vai dar dez passos para trás de sua caminhada evolutiva em troca de “favores”.

Exú deve ser respeitado, sim! Temido, por alguns também. Não podemos considerá-lo nosso irmão ou escravo, executor de todo tipo de serviço, como já vimos muitos dizerem. Exú é executor da lei e do carma individual de cada um. É aquele que está ao nosso lado, no dia a dia, nos trazendo a proteção, caminhos abertos e aguçando nossa intuição. Feliz daquele médium que cria uma relação de respeito com seu guia podendo assim, receber as respostas automaticamente quando são feitas as perguntas.

Assim é Exú! Tem seu ponto riscado, relacionado ao Orixá maioral da Esquerda que está ligado e também ao orixá da direita que responde. Desse modo temos Exús para cada orixá, na Umbanda. Seu símbolo é fálico ou um tridente. Seu fator é vitalizador e por assim ser, está diretamente ligado à sexualidade humana por onde irá vitalizar um indivíduo que esteja necessitando de ajuda ou desvitalizar caso necessite ser punido.

Diferentemente dos orixás da Direita, Exú é positivo e negativo ao mesmo tempo, sendo assim, energiza e paralisa os seres ou criaturas que necessitarem. Exú trabalha com pemba e vela preta, jamais com pemba branca. Um médium pode riscar o ponto do seu Exú para pedir-lhe algo usando pemba branca mas nunca o Exú. Da mesma forma, o Exú respeita a hierarquia dos orixás à direita e NUNCA cruzará uma guia de Oxalá ou Iemanjá, por exemplo para dar à um consulente.
Jamais, em hipótese alguma, podemos confundir orixá Exú, Exú trabalhador, de lei com quiumbas: seres infernais que ao desencarnarem, não modificam sua natureza e continuam livres fazendo maldade ou, escravizados por quiumbas mais poderosos, prestando serviços, dispostos a prejudicarem pessoas pelos quais são mandados. Esses espíritos não têm regras e muitas vezes, quando a Lei se apieda deles, ao se aproximarem de nossos terreiros, são recolhidos, paralisados e levados para seus lugares de merecimentos.

Em nosso terreiro, temos duas Tronqueiras (altar direcionado ao culto dos Orixás à Esquerda):

• Na Tronqueira da porta de entrada estão assentados apenas um casal de guardiões: guardião e guardiã, que são responsáveis pela segurança e proteção do nosso terreiro; os médiuns quando chegam devem saudar essa Tronqueira pedindo licença para entrar na casa;

• Na Tronqueira de baixo, estão representados os Exús, Pombagiras e Exús Mirins individuais de cada médium, por isso, acendemos nossa vela e fazemos nossas firmezas lá. Sendo que o correto é que cada médium tenha seu altar da Esquerda em casa para fazer sua firmeza antes de cada trabalho, por exemplo, o vaso de proteção.

Ervas de Exú: casca de alho, casca de cebola, açoita cavalo, dandá, pinhão roxo e pimentas.

Elza Maria Firmino da Silva
Marisa Firmino da S. Sanches


Oração aos Exús

Saravá a vossa banda!

Salve senhores Exús, donos das encruzilhadas, cemitérios,caminhos, campos, matas, becos, lugares ocultos e perigosos do astral inferior.

A vós, que habitais o limiar entre as trevas e luz, saudamos com respeito e devoção!

A vós, orixás executores e transformadores da Lei e da Justiça Divina, nos dirigimos, pedindo que abram nossos caminhos, desatando os nós dos laços que amarram nossas vidas e impedem o desenrolar de nossas atividades diárias.

Traga-nos sorte, crescimento e vitórias em nossas vidas profissionais e em nossos negócios! Ajudem-nos a manter a união de nossas famílias, o respeito, o equilíbrio e a força interior de cada um de nós! Anulem ciúmes, inveja, mal olhado e feitiços que, por ventura inimigos façam contra nós!

Afastem os obstáculos que possam nos fazer tropeçar ou escorregar, causando-nos quedas que manchem nossas almas com profundidade, a ponto de marcá-la por várias encarnações. Deem-nos força e vitalidade para que consigamos eliminar esses obstáculos e recuperar nossa integridade espiritual.

Sejam nossos protetores da Esquerda, servindo de escudo contra os ataques das vibrações negativas e seres trevosos que queiram nos atingir e destruir. Intuam-nos também, contra a atuação mental dos inimigos declarados ou ocultos, para que não caiamos em armadilhas perigosas que nos prejudiquem e enfraqueçam!

Nós vos pedimos, para que nos defendam da atuação dos obsessores, quiumbas e outros tipos de seres trevosos que tentem se aproximar de nós e sugar nossa energia e vitalidade! Mantenha-nos harmoniosos e equilibrados com as forças dos sagrados orixás de luz, vossos senhores! (…)

Com o vosso poder, concedido pelos senhores orixás de luz, movimentando forças ocultas, sabemos que seremos protegidos, amparados e fortes diante dos obstáculos, colocados em nossa vida pela maldade alheia.

Agradecemos tudo o que fizerem por nós e pedimos, do alto, grandes bênçãos e aumento cada vez maior da Vossa força e luz, que refletirá em vossos protegidos!

Laroiê Exú, Exú Omojubá, Saravá!

(Manual Doutrinário, ritualístico e comportamental Umbandista – Madras)


Festa de confraternização e Encerramento dos Trabalhos

Category : Festas & Homenagens

Nossa festa de Festa de confraternização e Encerramento dos Trabalhos este anos ira ocorre no espaço Piter Luz – Salão de Festas.

Data: 20/12/2015
Endereço:
R. Silvia, 2054 – Osvaldo Cruz
São Caetano do Sul – SP
09571-300

Participe conosco, R$25,00 por pessoa


Oração a pai Oxumaré

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Category : Central de Estudos

Amado e Divino Pai Oxumaré!

Clamamos vossas sete luzes divinas renovadoras dos nossos sentimentos já cansados e esgotados pela luta do ser e existir.

Amado Pai, nos envie vossos fatores positivos para que inundados com eles, possamos ser instrumentos renovadores na vida do nosso semelhante e na nossa vida.

Dilua todo negativismo que vive em nosso íntimo, todas impurezas e vícios que carregamos no decorrer de nossas encarnações.

Envolva com suas cores vivas todos espíritos sofredores que estejam ligados a nós neste momento ou a cordões kármicos, e envolvidos em vossas cores sagradas, que eles sejam curados, tenham suas dores aliviadas e seus mentais reequilibrados.

Pai, também clamamos que envie suas forças renovadoras aos hospitais, presídios, orfanatos, asilos e a todos que imploram por uma nova chance de evoluir e que se encontram na escuridão por ter se afastado do Divino Criador.

Olhe por nossos familiares e amigos encarnados ou desencarnados. Que eles recebam a benção das sete luzes vivas e divinas do Arco Iris Sagrado.

Pai Oxumaré, nos proteja hoje e sempre em nossa caminhada evolutiva no maravilhoso planeta Terra!!!

Salve Pai Oxumaré!

Arroboboiô!


Evangelho no lar a Obaluayiê

Ritual: acender a vela branca ladeada com as pétalas, ervas e a jarra com água. Pode-se acender um incenso.
Caso tenha algum nome ou foto, colocar ao lado da vela.

Oração: rezar a Ave Maria, o Pai Nosso ou outra que seja do agrado iniciando assim a sessão do Evangelho.

Leitura do texto

Explanação: as pessoas que se sentirem a vontade, poderão expor suas opiniões em relação ao texto.

Evocação:
Amado pai Obaluayiê, nós familiares e amigos aqui reunidos, vos evocamos e pedimos que nos cure dos males e doenças que nos afligem, ou a todas as pessoas, espíritos e criaturas que aqui não puderam chegar mas estão ligadas a nós pelos invisíveis fios do destino.
Oh, Mestre da Vida, proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde. Vós que sois o limitador das enfermidades. Vós, médico dos corpos terrenos e almas eternas. Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam! Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos. Concede-nos corpos sadios e almas serenas. Mestre da Cura, amenize os sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!
Atotô Obaluayiê, meu Pai!

Encerramento: ao termino do culto, as pessoas poderão beber a água fluidificada. Os moradores poderão se beneficiar com banho utilizando as pétalas das flores ou ervas.

Texto para leitura:
Evolução
Evoluir significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar de um estágio a outro, ascender em uma linha de vida de forma contínua e estável. Significa uma renovação contínua do ser, uma reposição constante de valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados, hábitos e costumes inadequados, atitudes e posturas velhas e decadentes.
Pai Obaluayiê é o orixá que desperta em cada um de nós a vontade irresistível de seguir adiante, de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais perto de Deus.
A evolução costuma ser representada por uma espiral ascendente de progresso, por onde todos nós caminhamos. Podemos, por vezes, ficar parados em algum lugar dessa espiral, o que significa uma perda de tempo precioso. Podemos até escorregar para trás, perda ainda maior de tempo e trabalho mas, continuamos sempre. Não há como escapar ao processo evolutivo.
A evolução é uma situação pessoal. Ninguém evolui no lugar do outro ou pelo outro. E o mais importante é que ninguém evolui de forma isolada; ninguém evolui sozinho.
Todos nós temos em nosso interior um potencial de incrível poder transformador e, junto da evolução pessoal, devemos desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento do verdadeiro perdão. Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa evolução, dedicando diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de alguma forma, nos ofenderam, prejudicaram, rejeitaram, odiaram ou causaram dificuldades.

É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram, até que perdêssemos a paciência e reagíssemos violentamente, sentindo, depois, vergonha, remorso e culpa.
Devemos, também, pedir perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, ofendemos, injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar livres da necessidade compulsiva de sofrer.

Vamos, a partir de agora, sob o amparo de nosso pai Obaluayiê, iniciar uma nova etapa de nossas vidas, sendo boa companhia para as pessoas que nos cercam e compartilhando sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso e evolução de todos.

Salve Pai Obaluayiê, orixá do perdão, da cura, das passagens e de todas as transformações!

Atotô meu Pai!

(Manual doutrinário ritualístico e comportamental umbandista – Editora Madras – adaptado)


Evangelho no lar – Oxalá

familia61Ritual: acender a vela branca ladeada com as pétalas, ervas e a jarra com água. Pode-se acender um incenso.
Caso tenha algum nome ou foto, colocar ao lado da vela.

Oração: rezar a Ave Maria, o Pai Nosso ou outra que seja do agrado iniciando assim a sessão do Evangelho.

Leitura do texto

Explanação: as pessoas que se sentirem a vontade, poderão expor suas opiniões em relação ao texto.

Evocação: Amado Pai Oxalá, nós vos evocamos e pedimos que envie os bons espíritos para que possam purificar esse lar, fortalecendo assim os seus moradores, parentes, amigos e pessoas ligadas a eles.
Encaminhe todo e qualquer irmãozinho que possa estar nesse lar, perdido em busca de uma luz, que seja encaminhado para o seu lugar de merecimento.
Pedimos humildemente que sejamos merecedores do vosso amparo divino e do vosso amor para que possamos sempre buscar e praticar seus ensinamentos sagrados.

Encerramento: ao termino do culto, as pessoas poderão beber a água fluidificada.
Os moradores poderão se beneficiar com banho utilizando as pétalas das flores ou ervas.

A fé
“Quem tiver a fé do tamanho de um grão de mostarda, removerá montanhas” – Jesus Cristo

A fé é um atributo principal de nosso pai Oxalá. A fé não se ensina, ela é buscada ou fortalecida no íntimo de cada um. Não é fanatismo e não é apenas um sentimento; é um estado mental consciente e racional; é o reconhecimento do ser como criatura divina, é o elo do ser com o Divino Criador.

A fé, na Umbanda, é um estado de espírito, é sinônimo de trabalho em prol do próximo. A fé é a consciência das faculdades que trazemos adormecidas em nosso íntimo, que precisam germinar e crescer. Ela é a principal via evolutiva pela qual trazemos o céu para a terra, sem precisar aguardar a morte do corpo físico, para chegarmos até Deus. Temos Ele vivo, vibrante e atuante.

A fé se fundamenta em três pilares essenciais: crença, confiança e certeza. Na fé não existem dúvidas, ou se crê ou não se crê. A crença é de foro íntimo de quem a tem e se a temos ela assegura o bom êxito dos nossos empreendimentos.  Se confiamos em Deus positivamente e com otimismo, atraímos as forças criadoras do universo. Com a sólida certeza de que Deus existe e está presente em nossas vidas, magnetizamos essa condição de certeza e quando nos entregamos a uma tarefa, ela será coroada de êxito. A sintonia com o Altíssimo, pela fé gera um campo magnético de proteção, força interior, paz e equilíbrio fazendo com que a força mental e espiritual se manifeste e se realize. Essa sintonia necessita de corações limpos, simples, corajosos e repleto de fé no Divino Criador Olorum.

Os mecanismos da fé são ativados a partir do íntimo de cada um ou de seu exterior. É o despertar da força e do poder dos semideuses que somos uma vez que fomos criados a imagem e semelhança de nosso Pai absoluto. Temos parte da Essência Divina latentes, adormecidas e a medida em que a despertamos e desenvolvemos, as coisas acontecem a partir de nós, abençoadas pelo Criador.

Salve nosso pai Oxalá!
(Manual doutrinário ritualístico e comportamental umbandista – Editora Madras)


Oxumaré

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É o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.

Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos e, no entanto, é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.

Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.

Seres humanos com más-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem a alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.

Que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo?

Conceito
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás, é a renovação contínua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.


Saudando guias e orixás na Umbanda

ORIXÁS
Oxalá – Oxalá Yê meu Pai / Exê Babá! (O Senhor realiza / Obrigado Pai)
Oiá – Olha o tempo, minha mãe!
Oxum – Ora Yê iê, ô! (Olhe por nós, mãezinha!)
Oxumaré – Arroboboio! (Senhor das águas supremas)
Oxossi – Oke Arô! (Dê seu brado, majestade!)
Obá – Akirô Oba Yê! (Eu saúdo o seu conhecimento, senhora da Terra!)
Xangô – Kaô Kabecilê! (Permita-me vê-lo, majestade!)
Egunitá – Kali Yê, minha mãe! (Salve a Senhora negra, minha mãe!)
Ogum – Ogum Yê, meu pai! (Salve o senhor da guerra!)
Iansã – Eparrei, Iansã! (Salve o raio, Iansã!)
Obaluaiê – Atotô, meu pai! (Peço quietude, meu pai!)
Nana Buruquê – Saluba Nanã! (Salve a mãe das águas pantaneiras!)
Iemanjá – Adoci-Yaba / Odoiá, minha mãe! (Salve a senhora da água!)
Omolu – Atotô, meu pai / Omolu Yê! (Peço quietude, meu pai! Salve o senhor Omolu!)

GUIAS
Exu – Laroyê Exu / Exu Omojubá! (olhe por mim, Exu/Vós sois grande, Exu, ou Eu me curvo a ti, vós sois poderoso, Exu!)
Pombagira – Salve a senhora Pombagira! Pombagira saravá! (Salve a senhora Pombagira!)
Exu Mirim – Laroyê, Exu Mirim! (Olhe por mim, Exu Mirim!)
Pretos Velhos – Adorei as almas!
Caboclos – Okê Caboclos! (Dê seu brado, Caboclo!)
Crianças – Oni Beijada! (Salve os irmãos do altar!)
Baianos – É da Bahia / Salve a Bahia, meu Pai!
Marinheiros – Salve a marujada / Salve o povo do mar!
Boiadeiros – Jetuá, Boiadeiros /Marambá!
Ciganos – Salve o povo do Oriente /Salve Santa Sara Kali!

Fonte: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista – Madras Editora


Exús, Pombagiras e Mirins (aula aberta)

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simbolo-de-exuQuando criança, lembro bem que minha maior curiosidade – e também maior medo – eram as giras de Esquerda. As luzes se apagavam e algumas vezes não podíamos participar. Hoje, tempos depois, não quero levar isso adiante, não quero que minhas filhas ou as crianças que frequentam nossa casa sejam acometidas pelos mesmos medos. Hoje compreendo que as gargalhadas dos senhores Exús e das senhoras Pombagiras têm um porquê de ser no astral, sua ressonância e sua imponência delimitam o espaço onde imperam e principalmente a quem protegem.

Todos nós buscamos a evolução, inclusive nossas entidades espirituais. Nos tempos de hoje já não precisamos mais apagar as luzes em um trabalho com a linha da Esquerda, respeito às casas que o fazem, mas penso que nossos trabalhadores da Esquerda, que atuam na Lei, também têm a sua luz.

É chegada a hora onde não podemos mais confundir esses trabalhadores da Lei, Exús, Pombagiras e Mirins com quiumbas, que são espíritos inferiores que trabalham para o mal, sem se importar com as consequências.

Para explicar melhor nossos orixás à Esquerda, recorremos à Bíblia Sagrada, em Gênesis “No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Dessa forma, encontramos os mistérios de Exú, o vazio, as trevas. Orixá que vem nos proteger, abrir nossos caminhos, aguçar nossa intuição contra os perigos do dia a dia. Tudo está em Deus, Deus nos criou a partir de uma célula. Essa célula passou por transformações e diferentes planos da vida até chegar a como hoje estamos. No meio humano em que vivemos, de acordo com nossas ações, podemos desestruturar e deformar nosso espírito até se transformar em aberrações, que se iniciam em nossa mente. É o caso de assassinos. Exú é quem vai transitar por todos os mundos e vai buscar nas trevas os espíritos caídos que desperdiçaram sua passagem na Terra praticando o mal, prejudicando seus irmãos e colocando-o em uma nova situação a fim de buscar a evolução. Justamente por serem mensageiros, encontramos Exús trabalhadores em todas as linhas de trabalho, Pretos-Velhos, Baianos, Boiadeiros…

CARACTERÍSTICAS
Precisamos entender e enfatizar que os Exús são trabalhadores e não só podem como devem trabalhar na caridade, esgotando, ativando e revigorando. Aliás, aí está sua maior atuação: a vitalidade.
Muitos terreiros usam em suas tronqueiras imagens de Exús amedrontadoras, com chifres, rabo ou órgãos genitais à mostra. Meu papel não é criticar, mas sim fazer diferente em minha casa. Hoje compreendo que a igreja católica sempre buscou uma forma de amedrontar seus fiéis e isso acontece desde que o mundo é mundo. Usar imagens horripilantes para mostrar que devemos andar na linha, fazer o bem para não ir para o inferno, mas o que Exú nos mostra é que o mal vive dentro de nós.
Ainda recebemos consulentes em nossa casa buscando o mal para saciar sua vingança. Os Exús são entidades muito poderosas e qualquer um que utilize sua energia de maneira desenfreada pode ter um desequilíbrio energético muito profundo. Nunca devemos nos esquecer que maior que todos os nossos desejos mais mesquinhos é a lei da ação e reação, a lei do retorno. O que se faz aqui, aqui será resolvido e quando menos se espera.

ATUAÇÃO
Na Umbanda acreditamos no carma e também o médium pode acelerar seu carma trabalhando. Os Exús e Pombagiras são aplicadores do carma na vida das pessoas por esse motivo são confundidos também com o demônio ou o mal. Exús e Pombagiras são orixás do trono cósmico pois têm o poder desvitalizador e esgotador de cada orixá. As Pombagiras trabalham de forma a aplicar a lei também, juntamente com Exú. Ambos não polarizam, mas se completam, cada um tem o seu trono e suas polaridades que ainda não nos é permitido conhecer.
Pombagira é um orixá estritamente brasileiro, não reconhecido nos cultos de nação. É a guardiã do mistério do desejo e aplicadora da lei e do carma de cada indivíduo.
Muitas dessas maravilhosas entidades já viveram encarnadas em nosso meio humano e assim como os Exús trabalham para sua própria evolução e cuidam de servir os orixás no qual estão ligadas.

POMBAGIRAS
As Pombagiras vêm de um trono neutro, nem bom nem ruim, e respondem de acordo com que são ativadas. Em seu campo de atuação podem esgotar ou magnetizar, irradiar ou energizar.  Assim como Exú responde pelo trono da vitalidade, Pombagira responde pelo trono do desejo. Vale lembrar que o fator desejo está em todos os aspectos de nossas vidas: desejamos um emprego melhor, um casamento feliz, desejamos filhos saudáveis… Assim Pombagira se apresenta em nossa vida. Vamos trabalhar para que a cada dia essa maravilhosa orixá não seja mais vista como prostituta, mulher da vida, mas sim como uma excelente trabalhadora que vem nos acudir quando estamos em apuros.

EXÚ MIRIM
No caso dos Exús Mirins, precisamos lembrar o início das incorporações umbandistas. Pouco se sabia sobre os espíritos que se apresentavam para trabalhar em nome da caridade e do amor. Com o passar do tempo e com a incorporação cada vez maior de entidades diferentes, os Exús Mirins tornaram-se entidades marginalizadas ou que não eram bem-vindas em determinados terreiros. Exatamente por pouco se saber desse orixá, muitas vezes foram chamados de crianças mal educadas, confundidos com crianças de rua que, desencarnadas, traziam seus vícios e traquinagens. Hoje temos condições de esclarecer que Exú Mirim também é um orixá que trabalha à esquerda e serve os orixás da direita. São seres encantados, ou seja, nunca estiveram encarnados e muito do que apresentam quando incorporados faz parte do inconsciente de seu médium.
Excelentes trabalhadores de Exús e Pombagiras, são requisitados para trabalhos de cura, afastar espíritos fofoqueiros, zombeteiros ou que queiram causar arruaça. Não apreciam trabalhos de magia negra ou demandas. São exímios trabalhadores do campo da cura e limpeza energética. Cabe ao médium transformar o seu inconsciente para que assim, principalmente seu Exú Mirim se aproxime e trabalhe sempre em prol do bem.
Os Exús Mirins não pedem firmezas e apreciam ser oferendados na natureza. As pombagiras mirins, ou moças mirins, ao contrário dos Exús Mirins são muito discretas e observadoras. Trabalham principalmente em prol de seus médiuns, ao qual defendem com muita veemência. Dificilmente é notada em uma gira, mas seus trabalhos são poderosos e doutrinadores.

CONCLUSÃO
A todos nós é chegada a hora do aprendizado e aquele que virar as costas a ele, não poderá mais tarde sentir-se vítima de determinada circunstância. Hoje, os mistérios estão mais revelados do que há cem anos. Quem tiver disposição e um pouco de boa vontade, será recompensado pelas leis Divinas.
Para finalizar, deixo um trecho do livro Guardião da Meia-Noite (Rubens Saraceni, Editora Madras)
(…)“Se eu precisar de seu auxilio não terei vergonha em lhe pedir pois por terem vergonha muitos morrem. Morrem por terem desejado algo e não terem provado seu gosto. Vergonha não faz parte do meu vocabulário e a palavra que mais prezo é a que se chama “respeito”. Aja assim e não será traído nem odiado, mas respeitado. Nem os maiores passarão por cima de você e nem os menores lhe escaparão”.

Marisa Firmino da S. Sanches 


Trabalho das fitas. Você sabe como usá-las?

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Category : Central de Estudos

fitasNossa amada Umbanda sempre nos capacita com elementos simples, mas muito poderosos para que assim possamos realizar nossos trabalhos de ajuda aos irmãos, tanto encarnados como desencarnados.

Quando estamos incorporados, nossas entidades sempre sabem o que fazer, mas nem sempre é possível estarmos incorporados, principalmente quando recebemos um pedido de ajuda ou um telefonema pedindo abertura de caminho, amparo espiritual, enfim… O que fazer? Esperar até o próximo dia de trabalho no terreiro? Ou será que já posso ajudar meus irmãozinhos com os elementos que tenho a minha disposição?

Pedi intuição aos nossos papais e mamães orixás para que, com a ajuda deles, nos colocassem à disposição mais um elemento: surgiram então as fitas, em forma de arco-íris.

Após a consagração dessas fitas de cada orixá no Santuário Nacional da Umbanda, as fitas foram trançadas no terreiro. Cada médium imantou seu cordão sagrado e, a partir daquele dia, lhe foi dada permissão para abrir um portal utilizando seu cordão, sempre atuando para o bem e também nunca se esquecendo de, ao fazer sua evocação particular, saber que nunca devemos interferir no livre arbítrio de ninguém: nenhum médium deve brincar de ser Deus.

Com as pontas do cordão unidas em forma circular, pode-se colocar dentro o nome da pessoa atendida ou fotografia e fazer a seguinte evocação:

“Eu evoco humildemente os tronos aqui firmados para que se abra um portal de ajuda necessária para meu trabalho, de acordo com a necessidade e merecimento de meu(s) irmão(s) em ajuda (dizer o nome da(s) pessoa(s).”

Essa foi a evocação ensinada no dia do trabalho, mas cada um pode fazer a sua própria, ampliando-a e colocando sua própria essência.

Caso a pessoa atendida esteja presente, pode-se unir as pontas do cordão acima de sua cabeça e descer o cordão lentamente sobre seu corpo. Antes de iniciar, é importante que o médium sinta a energia desse elemento com uma forte respiração, ativando-o e colocando-se no trabalho.

Vamos lembrar que nossas fitas foram consagradas a todos os orixás, então, dentro desse portal aberto pode-se colocar outros elementos, como vela, areia, ervas, perfume, pedra, copo com água, mas sempre prestando atenção na intuição que será recebida nesse momento.

Ao terminar, nunca devemos esquecer-nos de agradecer de joelhos a todas as entidades que nos ajudaram, pois sem eles nenhum trabalho de amor e caridade poderia ser realizado.

Tudo aquilo que nos foi dado de graça, devemos repassar, de graça. “A nenhum trabalho deve ser cobrado nem um tostão para nunca chegar a um milhão”.

Que pai Oxalá nos abençoe a todos!

Elza Maria Firmino da Silva
Dirigente Espiritual